sábado, 25 de junho de 2011

Quem vos recebe


A Liturgia de hoje reflete alguns aspectos do DISCIPULADO.
Discípulo é todo aquele que, pelo Batismo, se identifica
com Jesus, fez de Jesus a sua referência e o segue.
A Missão do discípulo é tornar presente na história e no tempo
o projeto de salvação que Deus tem para os homens.

A 1a Leitura mostra como TODOS podem ser discípulos,
colaborando na obra da salvação. (2Rs4,8-11.14-16ª)
Um casal sem filhos de Sunam convida com insistência o Profeta Eliseu
a tomar refeição na casa deles e acabaram preparando-lhe até um quarto
para hospedá-lo sempre quando ele passasse por ali.
Fizeram isso por reconheceram em Eliseu um "Homem de Deus".
E o profeta em recompensa daquela generosa hospitalidade,
prometeu-lhes, que apesar da idade avançada, iriam ter um filho,
que foi para os pais um motivo de profunda alegria...
Alguns anos depois, esse filho, na ausência do profeta, veio a falecer.
Podemos imaginar a profunda dor dos pais. O Profeta se dirige para lá e
restitui àquela mãe hospitaleira o filho novamente com vida.

* A hospitalidade e a acolhida são uma fonte de Vida e de Bênção.
Deus não deixa de recompensar todos aqueles que com ele colaboram.
- Como recebemos em nossa casa, em nossas comunidades
aqueles que vem em nome de Deus ?
- Procuramos ver neles um "Homem de Deus",
que também precisam de nossa hospitalidade,
um lugar em nossa vida, em nosso coração, em nossa amizade?

Na 2ª Leitura, Paulo exorta a viver a plenitude do Batismo,
morrendo para o pecado e vivendo para Deus em Cristo. (Rm 6,3-4.8-11)

O Evangelho é uma catequese sobre o DISCIPULADO. (Mt 10,37-42) :
É o final do Discurso do envio dos discípulos em "MISSÃO".
É uma espécie de "Manual do Missionário cristão",
destinado a revitalizar a ação missionária da Comunidade.
O Caminho do discípulo é acolher e seguir Cristo no caminho do amor e da entrega;

+ Na 1ª parte, aparecem as Exigências que Jesus propõe para seus seguidores. Exige uma atitude radical. O nosso compromisso para com ele deve estar
acima de tudo, mesmo do amor sagrado para com nossos pais.

Para entender melhor, é bom lembrar a situação vivida pelos cristãos da comunidade de Mateus... Para serem fiéis a Cristo, deviam enfrentar perseguições.
Eram expulsos da Sinagoga, ficavam excluídos do povo de Israel e
deviam ser repudiados até pelos próprios familiares.
Jesus já tinha alertado que o discípulo devia estar disposto a tudo:
"Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim..."

* Ainda hoje, diante de certas resistências, muitas pessoas acham que, para garantir grandes números nas suas atividades, a Igreja deveria facilitar as coisas,
e suavizar a radicalidade do evangelho e dos valores de Cristo?
E Cristo será que prefere quantidade ou qualidade?

Na 2ª parte Mateus sugere que toda Comunidade deve anunciar Jesus e
haverá uma recompensa aos que acolherem os mensageiros do Evangelho:
"Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe o Pai que me enviou".
"Nem um copo de água fresca dado a um pobre sedento ficará sem recompensa".

* Todos os cristãos têm por missão anunciar o Evangelho de Jesus.
E esses "missionários" que testemunham a Boa Nova e
que entregam a vida ao serviço do "Reino"
devem ser acolhidos com entusiasmo, com generosidade e amor.

+ Quem são os enviados de Deus, Hoje?

- Conhecemos muitas pessoas que em nossas comunidades se dedicam
com generosidade e gratuidade a serviço dos irmãos,
visitando enfermos, no serviço da Catequese, da Liturgia, e outras pastorais.
Essas pessoas generosas também têm família, têm um emprego...
* Será que elas se sentem reconhecidas e apoiadas na comunidade
ou são injustamente criticadas, vítimas de invejas, de ciúmes, de fofocas?

- Conhecemos também Padres e irmãs que atuam em nosso meio.
* Qual a nossa atitude para com eles?
Damos condições para que seu trabalho seja proveitoso?
Damos colaboração e ajuda sem interesses particulares,
vendo neles, além de suas qualidades e defeitos de toda pessoa,
simplesmente um homem de Deus, para ser um instrumento de salvação?
Será que se sentem de fato membros de todas as famílias cristãs,
ou talvez pessoas estranhas ?

A nossa hospitalidade e colaboração não têm sentido quando o fazemos
por critérios puramente humanos, ou pior, por interesse pessoal...
Só tem sentido quando animada por espírito de fé, como o casal da 1a leitura:
porque viram no profeta Eliseu um "Homem de Deus..."
Cristo nos garante:
"Quem vos recebe, a mim recebe; quem me recebe, recebe o Pai que me enviou".

terça-feira, 21 de junho de 2011

Solenidade de Corpus Christi


Na solenidade de Corpus Christi,
queremos recordar que os atos redentores de Cristo,
que culminam na sua morte e ressurreição,
atualizam-se na Eucaristia, celebrada pelo Povo de Deus
e presidida pelo ministro ordenado.
Por isso, redescobrir a Eucaristia na plenitude é redescobrir o CRISTO.
Hoje queremos agradecer a Deus por este grande dom, que Cristo nos deu.
Ao redor do altar se constrói a comunidade cristã e a vida comunitária.
A Eucaristia é a síntese espiritual da Igreja,
a plenitude de comunhão do homem com Deus,
fonte dos valores eternos e experiência profunda do divino.
Participar da eucaristia dominical é sinal inequívoco
de identidade cristã e de pertença à Igreja.
Por isso, a Missa é o momento privilegiado que possibilita
o encontro com Deus a níveis de fé e de compromisso humano.

As leituras refletem o sentido da Eucaristia.

Na 1ª Leitura Moisés explica o sentido do MANÁ enviado por Deus
para alimentar o Povo no caminho do deserto.
"O Senhor te alimentou com o Maná, para te ensinar que não só de pão
vive o homem, mas tudo quanto sai da boca de Deus". (Dt 8,2-23.14b-16a)
* O maná é memorial da ação de Deus no passado e
anuncio profético de um novo Pão,
que Jesus prometeu aos homens: a sua Palavra e o seu Corpo.
O amor de Deus provado no passado, é garantia para o presente e o futuro

Na 2ª Leitura, o apóstolo afirma que formamos em Cristo UM SÓ CORPO.
A Eucaristia não celebra só a nossa união com Deus e
a nossa identificação com Cristo; celebra também a união com os irmãos:
"O pão é um só, assim nós, embora muitos, somos um só corpo". (1Cor 10,16-17)

O Evangelho apresenta o final do Discurso do PÃO DA VIDA.
Eu sou o pão vivo, que desceu do céu.
Quem come desse pão viverá eternamente". (Jo 6,51-58)

Jesus fez um grande milagre: multiplicou os pães e os peixes,
para alimentar uma multidão de pessoas.
Jesus queria introduzir uma grande mensagem: "Ele dará um outro pão".
O pão do céu é a Palavra de Deus, a mensagem do Pai que Jesus veio trazer.
Esta palavra é para os homens verdadeiro pão da vida.

Mas para que essa Palavra se transforme em vida,
deve encarnar-se nas pessoas, deve tornar-se concreta, visível.
A encarnação perfeita dessa Palavra é Jesus.
- Quando nós comemos um pão material, ele é assimilado,
se torna parte de nós mesmos, se transforma na nossa própria carne.
- Jesus diz que o Pão é ele mesmo.
É a sua pessoa que deve ser comida, que deve ser assimilada.

Comungar o Corpo de Cristo significa:
ASSIMILAR a realidade humana de Cristo e
IDENTIFICAR-SE com ele no cumprimento da vontade do Pai.
Significa oferecer a nossa pessoa, para que ele possa continuar
a viver, a sofrer, a doar-se e a ressuscitar em nós.
Para que produza resultado, a Eucaristia deve ser recebida com fé,
isto é, com a disposição de se deixar transformar na pessoa de Jesus.

+ O sentido da Festa:
A Igreja reconhece neste sinal sacramental o próprio Jesus,
que continua presente, vivo e atuante em meio de nós.
"Reunido com os apóstolos na ultima ceia,
para que a memória da Cruz salvadora permanecesse para sempre,
Jesus se ofereceu a vós como Cordeiro sem mancha,
e foi recebido como sacrifício perfeito.
Pela comunhão neste admirável mistério, vós santificais os vossos fiéis,
para que a mesma fé ilumine e a mesma caridade reúna
todos os homens que habitam um só e mesmo universo.
Assim nos aproximamos com alegria da mesa de tão grande mistério,
para que impregnados da vossa graça nos transformemos ainda na terra
em cidadãos do vosso Reino". (Prefácio)

Na Quinta-Feira Santa a Igreja celebra a instituição da Eucaristia.
Mas na solenidade de Corpus Christi estão presentes outros fatores
que justificam sua existência no calendário litúrgico anual.
- É uma celebração mais festiva e alegre da Eucaristia (fora da semana santa).
- É uma manifestação pública de fé na Eucaristia.
em que está presente o dado afetivo da devoção eucarística.
Daí o costume de fazer a procissão pelas ruas da cidade.

O Sentido da Adoração:

Adorar quer dizer colocar-se diante do pão partido,
que nos torna presente a vida de Jesus, partido por amor aos homens e
ver como, onde, quando podemos realizar alguma coisa semelhante.

Só quando nos mantemos nesta disposição
de nos deixar transformar na pessoa de Jesus,
podemos realmente afirmar
que toda a nossa vida está iluminada pela Eucaristia.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Trindade


Celebramos hoje a festa da Santíssima Trindade,
Essa festa não é um convite para decifrar o "Mistério",
que se esconde por detrás de "um Deus em três pessoas",
mas uma oportunidade para contemplar nosso Deus,
e purificar o nosso coração das falsas idéias de Deus.
O Deus cristão não é solitário, é amor, é família, é comunidade e
criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.

Não é fácil falar de Deus... pela sua grandeza, pela nossa pequenez e
pela idéia que nos passaram na infância, de que esse "Mistério"
é uma coisa difícil que não podemos entender.
Esse Mistério é tão sublime que nunca poderemos compreender em plenitude,
mas podemos e devemos crescer no seu conhecimento...
A própria Bíblia é uma contínua e progressiva revelação de Deus.
E esse Mistério só foi revelado pelo próprio Cristo.

As leituras de hoje aprofundam o tema:
A 1ª Leitura mostra um Deus compassivo e misericordioso. (Ex 34,4b-6;8-9)
Deus se revela no "Monte" escondido na "Nuvem".
Deus é um Pai que cuida com ternura de seus filhos, entende seus erros
e os ama em qualquer circunstância, também quando pecam...
- Moisés intercede pelo povo, que se afastara de Deus e da Aliança.
"Deus misericordioso e clemente, paciente e rico em bondade e fiel...
Perdoa os nossos pecados... Caminha conosco..." .
E Deus renova a Aliança com Israel.
O Antigo Testamento não tinha conhecimento do Mistério da Trindade.
O mais importante nessa etapa da revelação
era a UNICIDADE e ESPIRITUALIDADE de Deus,
assim como seus a tributos de ONIPOTÊNCIA e MISERICÓRDIA,
como nos mostra o texto de hoje.

A 2a Leitura mostra um Deus próximo, "conosco".
Paulo saúda os primeiros cristãos com uma fórmula trinitária,
que repetimos ainda hoje no início das Missas:
"A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai
e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco". (2Cor 13,11-13)
Essa saudação atribui a cada pessoa da Trindade um dom ou uma função,
embora toda ação salvadora seja comum na Santíssima Trindade:
- O PAI é aquele que tomou a iniciativa de salvar os homens,
destinando-os a uma felicidade eterna, na sua família;
- O FILHO é aquele que realizou essa obra de salvação,
com a sua vinda ao mundo e a sua fidelidade até a morte;
- O ESPÍRITO, o Amor que une o Pai com o Filho,
é aquele que foi infundido no coração de todos os cristãos no Batismo.

O Evangelho mostra um Deus que salva. (Jo 3,16-18)
Deus não é um ser solitário e mudo, fechado num eterno silêncio,
mas por ser trino é amor e altoridade.

- "Deus amou de tal forma o mundo que lhe DEU O SEU FILHO unigênito..."
- "Deus não o enviou ao mundo para JULGAR, mas para SALVAR".
- "Quem não crê, JÁ ESTÁ CONDENADO".
* Segundo João, o juízo será feito AGORA pelo próprio homem,
toda vez que acolhe ou recusa a proposta de salvação que Deus lhe faz.

Por que Deus revelou esse Mistério?
Com certeza, não foi para criar um problema na sua compreensão.
Porque nos ama, ele revela os segredos íntimos da vida divina e
e nos INTRODUZ NA SUA FAMÍLIA.
- Em nós está o PAI, que nos chamou do nada, nos insuflou o sopro da vida,
nos deu um nome, nos confiou uma missão.
- Em nós está o FILHO, que entregou sua vida por nós.
- Em nós está o Espírito Santo que nos ilumina e fortalece nos caminhos de Deus.
E toda essa maravilha veio até nós pelo BATISMO.
Ter esse tesouro precioso dentro de nós é uma dignidade,
que deve provocar em nós três atitudes:
- ADORAÇÃO: Como não dar glória, bendizer e agradecer
o hóspede divino, que faz de nossa alma um verdadeiro Santuário?
- AMOR: Deus, apesar de sua grandeza, fica conosco como um pai amoroso.
Como não corresponder a seu amor?
- IMITAÇÃO: O Amor nos levará à imitação da Santíssima Trindade,
dentro do possível de nossa pequenez...

Por que essa Festa?
Não é tanto para desenvolver a doutrina da Trindade,
mistério central de nossa fé e de nossa vida cristã,
mas um momento para relembrar de onde viemos e
a comunhão que devemos restaurar em nós,
para sermos de fato a sua imagem e semelhança.

Somos chamados a ser reflexos da Santíssima Trindade,
sinais de comunhão, de partilha e esperança,
num mundo tão dividido, individualista e desesperançado.

Renovemos nossa fé, recebida no Batismo em nome da Trindade.

sábado, 11 de junho de 2011

PENTECOSTES


Celebramos hoje a festa de PENTECOSTES,
a festa conclusiva do tempo pascal.
Com o envio do Espírito Santo sobre os apóstolos,
marca-se o início da MISSÃO e o nascimento da IGREJA.

As leituras bíblicas nos falam do fato:

Na 1a Leitura, Lucas descreve como um fato solene,
acontecido em JERUSALÉM na festa judaica do Pentecostes,
50 dias depois da Páscoa.
O Espírito presente no início da vida pública de Jesus,
está presente também no início da atividade missionária da Igreja.
O Espírito Santo transforma profundamente os apóstolos
e une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.
Inúmeros ouvintes pedem o Batismo... (At 2,1-11)

+ O "Pentecostes" era uma festa judaica muito antiga,
celebrada 50 dias depois da Páscoa.
- Inicialmente era uma festa agrícola,
que agradecia a colheita do trigo e oferecia as primícias.
- Posteriormente passou a celebrar a chegada do Povo de Israel ao Sinai,
onde recebeu a Lei de Deus. (Tornou-se a festa da Lei, da Aliança).

* Lucas queria afirmar que na festa da entrega a Lei de Moisés,
recebemos a nova Lei de Cristo: o Espírito Santo.
- Daí apresentar os mesmos fenômenos do Sinai:
trovões, vento forte, chamas de fogo...
- Várias línguas... quer ensinar que a Igreja é destinada a todos os povos,
sem barreiras de língua, raça ou nação.
- Lembra o episódio da torre de Babel:
Lá ninguém mais se entende... a se afastam uns dos outros...
Aqui o Espírito inicia um movimento inverso.
Todos falam uma língua que todos compreendem.
Formam uma única família, onde todos se entendem e se amam.

Esse texto apresenta a Igreja como uma comunidade de irmãos
reunidos por causa de Cristo, animada pelo Espírito do ressuscitado,
que testemunha na história o projeto libertador de Jesus.

A 2a leitura, recorda a ação do Espírito Santo na Comunidade.
Os dons provindos do único Espírito não podem criar competição,
mas devem servir para promover a unidade... (1 Cor 12,3b-7.12-13)

No Evangelho, João situa a recepção do Espírito Santo
na GALILÉIA, no anoitecer do dia de Páscoa. (Jo 20,19-23)

- O "anoitecer", as "portas fechadas", o "medo" revelam
a situação de uma comunidade desorientada e insegura.
- Entretanto, Jesus aparece "no meio deles". Os discípulos redescobrem
o seu ponto de referência e recuperam a sua identidade.
- Jesus lhes deseja "a paz" ('Shalon'). Significa serenidade, tranqüilidade,
confiança, para os discípulos superarem o medo e a insegurança.
- Em seguida, Jesus "mostra-lhes as mãos e o lado".
São os "sinais" da entrega total e amorosa de Jesus na cruz.
- Depois, comunica o Espírito, com o gesto de soprar sobre os discípulos.
Com o "sopro" de Deus na criação, o homem de barro adquiriu vida.
com este "sopro" de Jesus, nasce o Homem Novo.
- Finalmente, Jesus explicita a missão dos discípulos:
"Como o Pai me enviou... eu também vos envio..."
Embora as perspectivas de João e de Lucas sejam diferentes,
a finalidade é a mesma. Ambos mostram que o mesmo Espírito,
que acompanhou a ação missionária de Jesus,
continua assistindo a ação missionária de sua Igreja.

O Pentecostes continua:
Diante desses fatos grandiosos, talvez invejemos a sorte dos apóstolos
e esquecemos que o Pentecostes continua ainda hoje...

- Em NOSSA VIDA houve um Pentecostes.
Animados pelo dom do Cristo Ressuscitado no BATISMO e
fortalecidos pelo Espírito Santo recebido na CRISMA,
somos enviados ao mundo como mensageiros da paz e da reconciliação.
- Na IGREJA: O Espírito Santo é a alma da Igreja. Faz nascer a Igreja
e sempre a renova ao longo dos tempos, com seus dons e carismas.
- Na MISSÃO: "Como o Pai me enviou, eu também vos envio..."
- NA MESMA LINGUAGEM: todos se entendem...
todos falam a linguagem do amor...
"O Espírito na aurora da Igreja deu a todas as nações
o conhecimento da divindade e reuniu a variedade das línguas
na confissão da mesma fé". (Prefácio)

O Espírito Santo continua presente em nós e em nossas comunidades.
Fiquemos atentos a seus apelos, indicações e questionamentos
Que Ele ilumine nossos passos, nosso agir e nossas escolhas.
Que Ele nos dê coragem e alegria para sermos
verdadeiros DISCÍPULOS e MISSIONÁRIOS de Cristo.

Cantemos: Vem, vem, vem, vem Espírito Santo de amor,
vem a nós, traz à Igreja um novo vigor.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Transferências:Posses de párocos e apresentação de vigários em 6 paróquias

Conforme comunicado divulgado no dia 03 de junho de 2011, a Arquidiocese de Maringá comunica agora as seguintes datas das posses dos padres remanejados, atendendo às necessidades pastorais:

Padre Altair Ciarallo, deixa a paróquia Nossa Senhora do Rocio em Ivatuba e passa ser vigário paroquial na paróquia São Francisco de Assis em Maringá. Apresentação: 24 de julho às 8h00

Padre Luiz Carlos Targino, atual vigário da paróquia São Francisco de Assis em Maringá passa a ser pároco da paróquia São Pedro Apóstolo, em Doutor Camargo, e da paróquia Nossa Senhora do Rocio, em Ivatuba. Posse em Doutor Camargo: 29 de julho às 20h; Posse em Ivatuba: 31 de julho às 19h30

Padre Luiz Antônio Bento, que até então estava em Brasília como assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, assumirá como pároco da paróquia São José Operário em Maringá. Posse: 10 de julho às 9h

Padre Gecivan Garcia, que retorna de Roma em julho, depois de ter concluído o Mestrado em Espiritualidade, será diretor espiritual do Seminário de Filosofia Nossa Senhora da Glória em Maringá e do Seminário de Teologia Santíssima Trindade em Londrina. Padre Gecivan Também auxiliará como vigário na paróquia São José Operário em Maringá. Apresentação: 10 de julho às 9h

A partir do mês de julho, Frei Fritz Alfredo Júnior, da Ordem dos Carmelitas em São Paulo, fará uma experiência de três anos como administrador paroquial da paróquia Bom Jesus em Aquidaban. Posse: 24 de julho às 8h30

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Olhando para o Céu


Com a festa da ASCENSÃO, queremos celebrar:
- O Final da Missão terrena de Cristo,
- O Início da Missão salvadora da Igreja.

As Leituras lembram o FATO, embora narrados
com pormenores diferentes e até contraditórios.

Na 1ª Leitura, Lucas, após uma introdução aos Atos dos apóstolos,
descreve a Despedida de Jesus em JERUSALÉM.
Sublinha a Vinda do Espírito Santo e o Testemunho
que os discípulos deverão dar "até os confins da terra". (At 1,1-11)

Na 2ª leitura, Paulo vê na Ascensão a glorificação de Cristo e
o anúncio do retorno de toda a humanidade para Deus. (Ef 1,17-23)

O Evangelho narra a Aparição Pascal de Jesus na GALILÉIA.
Refere a Apresentação de Jesus: "Todo PODER me foi dado...;
A Missão: "IDE e fazei discípulos meus todos os povos;
A Promessa: "ESTAREI CONVOSCO até o fim dos tempos..." (Mt 28,16-20)

* A Igreja de Cristo é, essencialmente, uma Comunidade MISSIONÁRIA,
cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação
que Jesus veio trazer aos homens e deixou nas mãos e no coração dos discípulos.

- Essa MISSÃO tem duas características:
. É universal: destinada a "todas as nações".
. A Iniciação cristã tem duas fases: O Ensino e o Batismo.
Começava-se pela Catequese: as palavras e os gestos de Jesus.
Depois vinha o Batismo, que selava a vinculação do discípulo
com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
- Jesus garante que está sempre com os discípulos "até ao fim dos tempos".

+ Os detalhes da narrativa
não devem ser tomados ao pé da letra; são mais simbólicos.
- Os 40 dias expressam o "tempo de aprendizagem"
necessário para um discípulo aprender e repetir as lições do mestre;
- A elevação ao céu expressa a exaltação total de Jesus;
- A nuvem é um sinal que esconde e manifesta a presença de Deus;
- Os dois homens vestidos de branco indicam que o testemunho vem de Deus;
- Os discípulos olhando para o céu lembram a expectativa da comunidade
que esperava a segunda vinda de Cristo.

+ Contradições: quando? (logo após a ressurreição ou 40 dias depois);
onde? (em Jerusalém ou na Galiléia).
+ Ressurreição, Ascensão, Pentecostes: 3 Momentos distintos?
ou momentos catequéticos de um único Mistério de fé: a Páscoa do Senhor:

- Na Ressurreição: A Liturgia destaca sua VITÓRIA sobre a morte...
- Na Ascensão: Sua EXALTAÇÃO como Senhor do céu e da terra,
e a entrega de sua missão à comunidade eclesial, através dos apóstolos...
- No Pentecostes: A Ação do ESPÍRITO SANTO na Igreja,
que começa a sua atividade missionária de novo Povo de Deus...

* A ASCENSÃO não é uma narrativa histórica,
mas uma encenação literária da exaltação de Jesus...
com muitas semelhanças da subida de Elias ao céu no carro de fogo...

Sentido da festa:

1. A Ascensão de Cristo reforça a ESPERANÇA de nossa Ascensão.
um futuro inigualável nos aguarda...
"Ele 'subiu' para dar-nos a esperança de que um dia
iremos ao seu encontro, onde ele nos precedeu..." (Prefácio)

2. A Ascensão nos lembra que somos ENVIADOS de Cristo
para continuar e completar a sua obra...
Não podemos ficar parados, olhando para o céu...
Devemos ser discípulos e fazer discípulos para o Reino...
E Cristo nos garante:
"Estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos mundo..."

3. Mas esse trabalho não dependerá apenas de nossas forças...
Por isso os envia a Jerusalém
"para aguardar o Espírito Santo, reunidos em oração,
com Maria, mãe de Jesus".

* Como Maria e os apóstolos reunidos no cenáculo,
devemos REZAR e invocar o Espírito Santo.
Cristo já tinha afirmado: "Sem mim nada podeis fazer..."

Por isso, a igreja não começa com a Ação... mas com a Oração,
com Maria, Mãe de Jesus (e da Igreja)...

+ Cristo PARTE, mas PERMANECE na COMUNIDADE.
A Ascensão de Cristo ao céu não é o fim de sua presença entre os homens,
mas o começo de uma nova forma de estar no mundo.
Sua presença acompanha com sinais a nossa Missão evangelizadora.
Deus está presente e nos envia como seus apóstolos,
para que Cristo seja conhecido e amado por todos os homens.

Canto: Ide pelo mundo e anunciai o Evangelho a toda a criatura.