sábado, 25 de junho de 2011
Quem vos recebe
A Liturgia de hoje reflete alguns aspectos do DISCIPULADO.
Discípulo é todo aquele que, pelo Batismo, se identifica
com Jesus, fez de Jesus a sua referência e o segue.
A Missão do discípulo é tornar presente na história e no tempo
o projeto de salvação que Deus tem para os homens.
A 1a Leitura mostra como TODOS podem ser discípulos,
colaborando na obra da salvação. (2Rs4,8-11.14-16ª)
Um casal sem filhos de Sunam convida com insistência o Profeta Eliseu
a tomar refeição na casa deles e acabaram preparando-lhe até um quarto
para hospedá-lo sempre quando ele passasse por ali.
Fizeram isso por reconheceram em Eliseu um "Homem de Deus".
E o profeta em recompensa daquela generosa hospitalidade,
prometeu-lhes, que apesar da idade avançada, iriam ter um filho,
que foi para os pais um motivo de profunda alegria...
Alguns anos depois, esse filho, na ausência do profeta, veio a falecer.
Podemos imaginar a profunda dor dos pais. O Profeta se dirige para lá e
restitui àquela mãe hospitaleira o filho novamente com vida.
* A hospitalidade e a acolhida são uma fonte de Vida e de Bênção.
Deus não deixa de recompensar todos aqueles que com ele colaboram.
- Como recebemos em nossa casa, em nossas comunidades
aqueles que vem em nome de Deus ?
- Procuramos ver neles um "Homem de Deus",
que também precisam de nossa hospitalidade,
um lugar em nossa vida, em nosso coração, em nossa amizade?
Na 2ª Leitura, Paulo exorta a viver a plenitude do Batismo,
morrendo para o pecado e vivendo para Deus em Cristo. (Rm 6,3-4.8-11)
O Evangelho é uma catequese sobre o DISCIPULADO. (Mt 10,37-42) :
É o final do Discurso do envio dos discípulos em "MISSÃO".
É uma espécie de "Manual do Missionário cristão",
destinado a revitalizar a ação missionária da Comunidade.
O Caminho do discípulo é acolher e seguir Cristo no caminho do amor e da entrega;
+ Na 1ª parte, aparecem as Exigências que Jesus propõe para seus seguidores. Exige uma atitude radical. O nosso compromisso para com ele deve estar
acima de tudo, mesmo do amor sagrado para com nossos pais.
Para entender melhor, é bom lembrar a situação vivida pelos cristãos da comunidade de Mateus... Para serem fiéis a Cristo, deviam enfrentar perseguições.
Eram expulsos da Sinagoga, ficavam excluídos do povo de Israel e
deviam ser repudiados até pelos próprios familiares.
Jesus já tinha alertado que o discípulo devia estar disposto a tudo:
"Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim..."
* Ainda hoje, diante de certas resistências, muitas pessoas acham que, para garantir grandes números nas suas atividades, a Igreja deveria facilitar as coisas,
e suavizar a radicalidade do evangelho e dos valores de Cristo?
E Cristo será que prefere quantidade ou qualidade?
Na 2ª parte Mateus sugere que toda Comunidade deve anunciar Jesus e
haverá uma recompensa aos que acolherem os mensageiros do Evangelho:
"Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe o Pai que me enviou".
"Nem um copo de água fresca dado a um pobre sedento ficará sem recompensa".
* Todos os cristãos têm por missão anunciar o Evangelho de Jesus.
E esses "missionários" que testemunham a Boa Nova e
que entregam a vida ao serviço do "Reino"
devem ser acolhidos com entusiasmo, com generosidade e amor.
+ Quem são os enviados de Deus, Hoje?
- Conhecemos muitas pessoas que em nossas comunidades se dedicam
com generosidade e gratuidade a serviço dos irmãos,
visitando enfermos, no serviço da Catequese, da Liturgia, e outras pastorais.
Essas pessoas generosas também têm família, têm um emprego...
* Será que elas se sentem reconhecidas e apoiadas na comunidade
ou são injustamente criticadas, vítimas de invejas, de ciúmes, de fofocas?
- Conhecemos também Padres e irmãs que atuam em nosso meio.
* Qual a nossa atitude para com eles?
Damos condições para que seu trabalho seja proveitoso?
Damos colaboração e ajuda sem interesses particulares,
vendo neles, além de suas qualidades e defeitos de toda pessoa,
simplesmente um homem de Deus, para ser um instrumento de salvação?
Será que se sentem de fato membros de todas as famílias cristãs,
ou talvez pessoas estranhas ?
A nossa hospitalidade e colaboração não têm sentido quando o fazemos
por critérios puramente humanos, ou pior, por interesse pessoal...
Só tem sentido quando animada por espírito de fé, como o casal da 1a leitura:
porque viram no profeta Eliseu um "Homem de Deus..."
Cristo nos garante:
"Quem vos recebe, a mim recebe; quem me recebe, recebe o Pai que me enviou".
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