sábado, 30 de julho de 2011

O Pão Partilhado


Ao redor de uma mesa, acontecem fatos importantes na vida das pessoas, das famílias e dos povos... É momento de encontro, de fraternidade, de comunhão... Comunica-se a alegria de um nascimento ou de um casamento; fortalece-se a amizade, estabelecem-se contatos de trabalho e celebram-se ritos oficiais.

A Liturgia nos convida a sentar à mesa, que o próprio Deus preparou,
e onde nos oferece gratuitamente o alimento, que sacia a nossa fome
de vida, de felicidade, de eternidade.

Na 1ª leitura, Deus convida a uma MESA farta e gratuita
o povo faminto e sofredor, que estava no exílio.
"Venham matar a sede e comprar sem ter dinheiro
comer sem pagar, beber vinho e leite à vontade". (Is 55,1-3)

Era o apelo do profeta para que o Povo se animasse a voltar
à terra de origem, para recomeçar uma vida nova. Seria o banquete da vida em liberdade, da terra repartida, da moradia garantida, da saúde, da paz e bem estar.

A 2ª Leitura é um Hino ao amor de Deus, que enviou ao mundo o seu próprio Filho, para nos convidar ao BANQUETE da vida eterna. (Rm 8,35.37-39)

No Evangelho, Cristo realiza a profecia da primeira leitura,
alimentando o povo com a Multiplicação dos Pães. (Mt 14,13-21)

Seguido por uma imensa multidão, Jesus, como um novo Moisés,vai ao deserto (novo Êxodo), onde repete o milagre do Maná. Doa o seu pão ao Povo e convida os discípulos a distribuí-lo...

O DESERTO, para Israel, era o lugar do encontro com Deus.Ali, Israel aprendeu a despir-se das suas seguranças humanas e descobrir em cada passo a maravilhosa proteção do Senhor. O deserto é o lugar e o tempo da partilha,em que todos contam com a solidariedade da Comunidade.

+ PASSOS de Jesus para resolver o problema da fome:,

1. VÊ a "fome" e busca na comunidade a solução do problema.
Quando os discípulos buscam a solução mais fácil, despedindo o povo,
Jesus lhes ordena: "Dai-lhes vós mesmos de comer".
Quantos "famintos" de pão, de alegria, de apoio, de esperança!...

2. Ensina COMO dar resposta a este desafio: PARTILHANDO.
Recolhe os "cinco pães e dois peixes", recita a bênção e manda partilhar...
Todos comeram, ficaram saciados e ... até sobrou.

3. Dá a RAZÃO para a partilha: Deus é o DONO de tudo.
"Tomou os 5 pães e os 2 peixes, ergueu os olhos ao céu e recitou a Bênção".
A "BÊNÇÃO" é uma fórmula de ação de graças,pela qual se agradece a Deus pelos dons recebidos. Isso significa reconhecer que o dom veio de Deus e
que pertence a todos os filhos de Deus. Não somos donos...

AS LEITURAS NOS LEMBRAM TRÊS VERDADES:

+ Deus convida todos para o "Banquete" do Reino…
Os que vivem à margem da vida e da história,
os que têm fome de amor e de justiça,
os que vivem atolados no desespero,
os que o mundo condena e marginaliza,
os que não têm pão na mesa, nem paz no coração,
também são convidados para a Mesa do Reino.

+ Jesus nos compromete com a "fome" do mundo.
- A fome é companheira cruel de milhões de filhos de Deus...
Quase dois terços da humanidade passa fome...
- Os APÓSTOLOS encontram a solução mais fácil:
"Despede as multidões": "Mande-os para casa".
- JESUS não fica na mera "compaixão": cura os doentes,
ilumina o povo com a sua palavra, partilha com eles o pão,
entrega-se pessoalmente a eles como o Pão da Vida...
* Quando os Apóstolos falam em "comprar", Jesus manda "dar":
"Dai-lhe vós mesmos de comer..."
- NÓS também somos responsáveis pela fome no mundo...
Nenhum cristão pode ficar alheio a essa triste realidade!...
E o problema da fome no mundo também não se resolve apenas
com programas de assistência social, mas com a partilha, com o amor.

O milagre da partilha pode acontecer na medida em que todos oferecem
na medida do pouco que tem. Não se trata de quantidade,mas da generosidade que permite a realização do milagre.
E o milagre da partilha não se fecha nas coisas materiais. Muitos necessitam um pouco do nosso tempo, de um olhar, de um abraço, de uma visita...

+ Jesus nos convida a sentar à MESA e receber o Pão que ele oferece.

A narração tem um contexto eucarístico (ver palavras da consagração...)
Sentar-se à mesa com Jesus é comprometer-se com a dinâmica do Reino
e é assumir a lógica da partilha, do amor, do serviço.
Celebrar a Eucaristia obriga-nos a lutar contra as desigualdades,
os sistemas de exploração, os esbanjamentos… (recolheu as sobras...)
Quando celebramos a Eucaristia, tornamos Jesus presente no mundo,
fazendo com que o seu Reino se torne uma realidade viva na história.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Obrigado Povo de Deus


Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Povo de Deus da Paróquia São Francisco de Assis. Neste simples agradecimento quero, antes de tudo, voltar a atenção a Deus, pois Ele é o iniciante de tudo isso que hoje está acontecendo; Ele é o protagonista desta nova fase e experiência em minha vida. Mudanças fazem parte da vida. Elas abrem portas para novos caminhos. Em minha vida sacerdotal, de apenas 02 anos, essa será a terceira experiência pastoral pela qual irei passar. Começei na Paróquia São Paulo Apóstolo de Sarandi, depois aqui, na São Francisco de Assis no Jardim Alvorada e agora servirei na cidade de Doutor Camargo, como pároco. Tal missão abraço com alegria e disponibilidade mesmo sabendo que cada mudança traz seus desafios, mas também esperanças de amadurecimento, maior fidelidade e renovação interior. Nesse tempo como Vigário Paroquial, muito mais aprendi do que ensinei, pois a fé deste povo guiaram-me para um forte crescimento espiritual. Guardarei em minhas lembranças todos os olhares, manifestações de fé e a força de um povo que nunca desiste confiante de que Deus não abandonará seus filhos, pois os ama e protege. Agradeço pelas situações e realidades que enfrentei. Agradeço pelas pessoas que colocou em meu caminho. Pessoas com as quais tive oportunidade de aprender valiosas lições que levarei comigo aonde for. Agradeço pelos bons e maus momentos, pois cada um deles contribui bastante para o meu crescimento pessoal e espiritual. Estou convicto de que “a missão continua” e que nesse momento sou chamado a lançar minhas redes em outras águas. Mas o objetivo da missão é o mesmo. Agradeço a todos os movimentos, pastorais, dizimistas, crianças da catequese, catequistas, jovens, adolescentes e ao povo em geral desta paróquia pela presença, colaboração, amizade e parceria. Particularmente deixo o meu agradecimento sincero ao padre Valdir, que comigo Foi instrumento de evangelização na condução do povo de Deus e pela experiência fraterna. Cito o sociólogo Betinho, de saudosa memória: "Se não houve frutos valeu pela beleza das flores; se não houve flores valeu pela sombra das folhas; se não houve folhas valeu pela exuberância dos galhos; se não houve galhos valeu pela robustez do tronco. Agora se não houve nem frutos, flores, folhas, galhos ou tronco, valeu ao menos pela intenção da semente". Como diz a letra da música da Adriana “Minha Missão” “Pra onde mandar eu irei. Envia-me Senhor Aqui estou. Que São Francisco de Assis, São Paulo Apóstolo, nossa Mãe Aparecida e agora São Pedro Apóstolo nos abençoe. Muito obrigado!
Um grande abraço fraterno
Pe. Luiz Carlos Francisco Targino

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Tesouro


A Liturgia deste domingo nos convida a refletir nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência.

As leituras nos ajudam a escolher esses valores...

Na 1ª Leitura, o rei Salomão escolhe o seu tesouro:
a SABEDORIA. (1Rs 3,5.7-12)

- No início de seu reinado, o jovem rei vai a Gabaon,
onde se achava o Tabernáculo sagrado, construído por Moisés,
a fim de oferecer sacrifícios ao Senhor.
- Em sonho, o Senhor manifesta o seu agrado por este gesto e
convida-o a pedir o que quisesse.
- O rei não se deixou seduzir e alienar por valores efêmeros
(poder, riquezas, prestígio político).
Pelo contrário, escolhe o mais importante:
um coração "sábio" para governar seu povo com justiça e retidão.
- A ESCOLHA agradou plenamente a Deus:
E Deus lhe concedeu uma sabedoria inigualável e acrescentou ainda
outros três valores não solicitados: riqueza, glória e vida longa.
Salomão soube escolher o melhor: SABEDORIA

* O texto queria também apresentar Salomão como o escolhido do Senhor
e justificar a sua proverbial sabedoria.

A 2ª Leitura apresenta etapas do caminho que conduz à Salvação.
Precisamos da Sabedoria de Deus, para discernir o desígnio de Deus, que
nos "predestinou" para sermos conformes à imagem do seu Filho. (Rm 8,28-30)

No Evangelho, Jesus apresenta o seu tesouro: o REINO DE DEUS.
É a conclusão do 3º Discurso de Jesus, com as últimas três "Parábolas":
o Tesouro, a Pérola e a Rede. (Mt 13,44-52)

+ O Reino de Deus é um TESOURO escondido... uma PÉROLA que se procura...

A DESCOBERTA desse tesouro e dessa pérola provoca,
em quem os encontrou, duas atitudes: Renúncia e Alegria.

1. RENÚNCIA a tudo para adquiri-los...
O Reino proposto por Jesus é um "tesouro" precioso
pelo qual se renuncia a tudo e pelo qual os seguidores de Cristo
devem estar dispostos a pagar qualquer preço.

* Desde que descobrimos Cristo, o que mudou em nossa vida?
O que nós já renunciamos por esse tesouro?
Onde gastamos mais tempo em nossa vida diária?
A serviço da comunidade, em leituras sérias, na Oração,
ou no futebol, na TV, no dinheiro, no bate-papo com os amigos?
2. ALEGRIA muito grande pelo bem encontrado...
Todo comerciante que realizou um bom negócio sente-se feliz...
mesmo tendo de se desfazer de muitos bens...
O Reino de Deus é um tesouro pelo qual compensa
a renúncia de todos os bens deste mundo.

* Demonstramos alegria e felicidade por termos achado o nosso tesouro?
Se temos consciência desse tesouro,
como podemos permanecer acabrunhados, tristes e desanimados?

+ Mas ficam ainda umas perguntas inquietantes:

Se o Reino de Deus é tão precioso,
- Por que há tantos homens que o ignoram ou até o desprezam?
- Por que vemos tantos males entre os bons?
- Será que, no final, todos teremos a mesma sorte?

+ Na 3a Parábola, Jesus nos dá a resposta:
O Reino de Deus é uma REDE:

A Igreja é comparada a uma rede de arrastão, lançada ao lago,
que apanha peixes de todos os tipos e qualidades...
O Pescador, depois de ter puxado lentamente a rede à terra,
recolhe os peixes, separando os bons e os maus, os aproveitáveis e os inúteis.
Recolhe os bons e joga fora os maus...
Deus não tem pressa em condenar e destruir... sabe esperar...

- Qual a nossa situação: dentro da Igreja, diante do divino Pescador?
Somos um membro vivo, atuante, útil à vida da Igreja,
ou um peixe inútil, desprezado pelo próprio Deus?
Tudo depende de nossa escolha, devemos SABER ESCOLHER...

+ E Jesus conclui o Discurso com um breve diálogo com os discípulos,
no qual afirma que o verdadeiro discípulo é aquele
que descobre o Tesouro do Reino e se compromete com ele.

Só a Sabedoria divina poderá nos iluminar para compreendê-lo e
e assim anunciar a todos com alegria a nossa descoberta.

Como Salomão, peçamos a Deus
- muita SABEDORIA... para saber escolher sempre o verdadeiro Tesouro e
- muito ENTUSIASMO... para nos pôr com alegria na sua conquista...

sábado, 16 de julho de 2011

O Joio e o Trigo


Olhando o mundo de hoje,
vemos que o BEM e o MAL caminham juntos.
Por que Deus permite tudo isso?
Por que não intervém para castigar os pecadores?

A Liturgia nos fala da PACIÊNCIA DE DEUS e
nos convida a convivermos com os dois com paciência e prudência.
A 1a Leitura apresenta um Deus indulgente e misericordioso
para com os homens, mesmo quando eles praticam o mal. (Sb 12,13.16-19)

A conquista da terra prometida realizou-se após muitos anos de guerras.
Deus poderia ter evitado o sofrimento, eliminando esses povos pagãos.
Ele não teve pressa em puni-los.
Ama todas as pessoas que criou, mesmo quando praticam o mal.
* Às vezes julgamos certos males como "castigos de Deus".
Deus é tolerante e justo, em quem a bondade e a misericórdia
se sobrepõem à vontade de castigar.
E convida-nos a adotar a mesma atitude.

A 2ª Leitura sublinha a Bondade e Misericórdia de Deus,
afirmando que o Espírito Santo "vem em auxílio de nossa fraqueza",
guiando-nos no caminho para a vida plena. (Rm 8,26-27)

O Evangelho destaca a Paciência de Deus. (Mt 13,24-43)
A presença do "Reino" no mundo é irreversível e
nele todos (bons e maus) têm lugar para crescer e amadurecer.
Na volta da Missão, nota-se a Impaciência dos Apóstolos
para com aqueles que não os acolheram:
"Queres que mandemos que desça o fogo do céu para destruí-los?"
- Jesus critica a pressa dos Apóstolos com TRÊS PARÁBOLAS:
O trigo e o joio, o grão de mostarda e o fermento na massa...

+ A 1a Parábola (do trigo e do joio) nos revela DUAS ATITUDES:

- A Impaciência dos homens: "Senhor, queres que arranquemos o joio?"
- A Paciência de Deus: "Deixai crescer junto até a colheita..."

Deus não quer a destruição do pecador e a segregação dos maus.
"Deus é paciente e misericordioso lento para a ira e rico de misericórdia" (Sl 85)
Na construção do Reino, é preciso ter Paciência e
esperar a hora certa para a separação final na colheita.

* A "paciência de Deus" com o joio nos convida a rejeitar as atitudes
de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança,
e a contemplar os irmãos (com as suas falhas, defeitos, comportamentos)
com os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.
+ Joio e Trigo estão em toda parte:
em todos os grupos, inclusive nas igrejas.
Mesmo em nossas Comunidades cristãs,
vemos presente tanto joio de desunião, de inveja, de fofocas...

E qual é a nossa primeira atitude? Arrancar o joio?
"Nossa História de católicos,
muitas vezes, se tornou História de arrancadores de joio,
enquanto deveria ter sido história de perdão, de misericórdia e de amor."

- Esquecemos que o mal e o bem se misturam no mundo, na vida e no coração...
- Esquecemos que o Reino de Deus é um mundo de trigo e de joio,
de guerra e de paz, de gozo e inquietação...
- Esquecemos que o joio de hoje poderá se tornar amanhã trigo para Deus...
- Esquecemos que mesmo dentro de cada um nós há trigo e joio.
- E Cristo ainda hoje continua repetindo: "Deixai crescer junto, até a colheita".

* O Reino de Deus é uma realidade irreversível,
que está num processo de crescimento no mundo.

+ O que essa Parábola diz...
- Para LÍDERES de comunidade
que querem uma comunidade perfeita da noite para o dia?
- Para alguns PAIS
que querem os filhos mudados num piscar de olhos?
- Para ANIMADORES de movimentos ou pastorais,
que querem todo mundo atuando como eles?

É importante saber conviver, no meio dos conflitos...
E então, ficar de braços cruzados passivamente?
Não, as outras duas parábolas complementam a mensagem:

+ Devemos ser a SEMENTE DE MOSTARDA, pequena, insignificante,
mas que cresce até aninhar os pássaros em seus ramos.
+ Devemos ser o FERMENTO, que leveda toda a massa da farinha,
o mundo em que vivemos...

Assim estaremos transformando o JOIO em TRIGO...
O Reino de Deus já está presente entre nós, mesmo misturado com o joio, mesmo pequeno como o grão de mostarda, ou um pouco de fermento...


* E NÓS? - Somos TRIGO LIMPO: de amor, dedicação e colaboração?
- ou talvez JOIO de ódio, discórdia e calúnia?...

+ Dia da Amizade, dia do Amigo:
Lembrando que Jesus é o nosso melhor Amigo,
queremos celebrar em ação de graças pelos amigos que Deus nos deu.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Semente


A Liturgia desse domingo nos convida a refletir
sobre a importância da PALAVRA DE DEUS na qual nos exorta a ser uma "terra boa" que acolha a Palavra e produza frutos abundantes na vida de cada dia.

Na 1ª Leitura, o Profeta compara a Palavra de Deus à CHUVA.
"Não voltará, sem ter cumprido a sua missão". (Is 55,10-11)

* Ao Povo no exílio, já cansado e desiludido de voltar à sua terra,
o profeta anuncia que Deus é sempre fiel às suas promessas. Sua Palavra é como a chuva e a neve: caem do céu e não voltam sem terem produzido o efeito. Deus não esquece o seu povo, sua Palavra nunca falha.

Na 2ª Leitura, Paulo ensina que o tempo da semeadura sempre é difícil,
sofre-se com a dor e a espera, mas não se trata de um grito de morte,
e sim do início de uma nova vida que vem chegando. (Rm 8,18-23)

No Evangelho, com a Parábola da SEMENTE e do SEMEADOR, vemos que o fruto da Palavra de Deus depende da qualidade da terra. (Mt 13,1-23) Com essa parábola, Mateus inicia o 3º Discurso de Cristo, composto
de sete Parábolas do Reino, que escutaremos nos próximos 3 domingos.

"O Semeador saiu a semear... a semente". Parte caiu:
- no caminho... os pássaros vieram e as comeram...
- no terreno pedregoso: brotou e logo secou.
- no meio dos espinhos: os espinhos cresceram e sufocaram...
- na terra boa: produziu 30, 60, 100 por um...

Jesus estava encontrando dificuldade na aceitação de sua Palavra.
- Havia gente que não acreditava...
- Havia gente que embora simpatizasse com Jesus, logo desistia de segui-lo.
- Havia gente que via a mensagem de Jesus como uma ameaça:
devia mudar de vida, afastar-se do poder, largar as riquezas...
Por isso, hostilizava e tramava a morte do próprio Jesus.
- No fim estavam ficando com ele só alguns discípulos.
Até eles tinham as suas dúvidas....
Será que a palavra de Jesus estava se tornando ineficaz, sem força?

JESUS responde com a Parábola:
Apesar dos obstáculos, a semente não perde a sua força.
Deus lança a sua semente em todas direções, não recusa:
- nem aos pecadores endurecidos;
- nem às pessoas superficiais;
- nem às pessoas imersas nas preocupações do mundo (prazeres, negócios)...
O Homem pode fechar-se à Palavra de Deus, rejeitá-la,
mas sempre haverá terreno onde produzirá 30, 60, 100...
* O acolhimento do evangelho não depende nem da Semente, nem do Semeador,
mas da QUALIDADE DA TERRA.
+ Diante da Palavra de Deus, há 4 TIPOS DE OUVINTES
que existiam naquele tempo e que continuam existindo hoje:
- Há aqueles que têm um coração duro como a terra pisada de uma estrada:
não permitem que a semente da Palavra de Deus penetre em seu coração.
E Satanás se encarrega de eliminar os grãos caídos que sobraram no chão.
- Vem em seguida o coração inconstante, que se entusiasma com facilidade, mas depois desanima rapidamente diante das primeiras dificuldades. A Palavra de Jesus não pode criar aí raízes profundas.
- Há os que têm um coração materialista. São até "muito religiosos",
mas dão prioridade à riqueza e aos bens deste mundo.
Essas preocupações são como espinheiros que sufocam a semente da Palavra.

- Há também os que têm um coração aberto e disponível. Neles, a Palavra de Jesus é acolhida e dá muito fruto.
+ A Parábola nos propõe TRÊS PERGUNTAS:

1. Que terreno somos nós ?
Muitas vezes questionamos o PREGADOR ("Semeador") da Palavra de Deus:
"Foi comprido, foi repetitivo... foi pesado..."
Qual tal questionar também a nossa atitude de OUVINTES?

2. Que semeadores somos nós?
- Cuidamos do nosso terreno, retiramos as pedras e espinhos que atrapalham?
Procuramos aprimorar a semente que usamos, ou já tem validade vencida,
porque não estudamos, não nos informamos, não nos atualizamos?
(Na catequese, liturgia, canto, escola, família...)

3. Vale a Pena semear?
A parábola de Jesus é uma Parábola de ESPERANÇA:
Jesus é o Semeador, e nós também o somos, junto com ele...
Ele semeia em todos os terrenos, mesmo nos inférteis.
E algumas sementes acabam germinando...
O importante é semear o grão da esperança.
Semear o sorriso para que resplandeça ao redor de nós.
Semear nossas energias para enfrentar as batalhas da vida.
Semear nossa coragem para reerguer a coragem do outro.
Semear o nosso entusiasmo, a nossa fé, o nosso amor...

O Evangelho de hoje nos garante, que apesar do aparente fracasso,
o sucesso do "Reino" está garantido;
e o resultado final será algo de surpreendente e de maravilhoso.
Deus nos garante: "A palavra de Deus não voltará sem produzir o seu fruto"

sábado, 2 de julho de 2011

Tu és Pedro


A Liturgia de hoje celebra a festa solene de dois apóstolos,
que tiveram uma presença marcante na Igreja primitiva:
São Pedro e São Paulo.

PEDRO, DISCÍPULO de Jesus,
escolhido por ele como o primeiro Papa e
PAULO, o primeiro MISSIONÁRIO,
que levou a Igreja ao mundo.

Os dois personificaram a identidade da Igreja, como discípulo e missionário.
Diferentes na missão, no caráter, no estudo,
mas profundamente unidos no AMOR e na FÉ por Cristo e sua Igreja.
A celebração de hoje é muito antiga, anterior até a própria festa do Natal.

As Leituras bíblicas falam desses dois grandes apóstolos:

Na 1a Leitura, aparece PEDRO: preso pelas autoridades...
para agradar os judeus... com data marcada para morrer. (At 12,1-11)

- Vemos o Testemunho, que gera oposição e perseguição.
- a Atitude da Igreja, que unida e solidária reza por Pedro.
- a Presença efetiva de Deus que não abandona seus discípulos na provação...

Na 2a Leitura, PAULO: (também preso, prestes a morrer, ano 67),
escreve um Testamento espiritual de sua vida a serviço do Evangelho,
um caminho a ser seguido por todos os cristãos.
"Estou pronto... chegou a minha hora... combati o bom combate...
terminei a corrida... conservei a fé... E agora aguardo o prêmio dos justos.
O Senhor esteve comigo... a ele GLÓRIA..." (2Tm 4,6-8.17-18)

No Evangelho, Cristo confere a PEDRO o Primado sobre a Igreja. (Mt 16,13-19)

O texto é uma Catequese sobre o Papel eclesial de Pedro. Tem duas partes:

1. de caráter cristológico: Define a identidade de Jesus: "Quem sou eu"?
- Na perspectiva dos homens,
Jesus é apenas um HOMEM bom e justo como tantos outros.
- Na opinião dos discípulos: "Jesus é o CRISTO, o Filho de DEUS":
É o Messias esperado por Israel para libertar e salvar o seu povo
e também o enviado de Deus, o Filho de Deus,

2. de caráter eclesiológico: A IGREJA é convocada à volta de Pedro:
"Pedro, és a Rocha (pedra) sobre a qual edificarei a minha Igreja".

- Essa "Rocha" é a fé que Pedro e a comunidade dos discípulos professaram:
A fé em Jesus como Messias, Filho de Deus vivo.

- "O Poder da morte nunca poderá vencê-la".
Jesus garante a estabilidade e a firmeza da Igreja frente às forças do mal.

- "O poder das chaves": Revela a futura missão de Pedro:
"Pedro recebe 'as chaves do Reino' e ocupa o primeiro lugar,
com a missão de guardar a fé na sua integridade e
de confirmar os seus irmãos". (CCIC 109)

- "Atar e desatar": A Pedro e à Comunidade é confiado o poder
de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamento de Jesus
aos desafios do mundo e acolher na Comunidade todos aqueles
que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece.

- Quem é Jesus para nós? Que lugar ele ocupa em nossa vida?
- De que Igreja Jesus falou naquele dia a Pedro?
O texto confirma a verdade da Igreja:
Igreja é a Comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus
como o Messias, o Filho de Deus.
É uma Comunidade organizada, que professa sua fé no Mestre,
na qual existem pessoas que presidem e desempenham serviços.
A verdadeira Igreja fundada por Cristo foi confiada à Comunidade
dos discípulos, representada na pessoa de Pedro e dos seus sucessores.

+ A Bíblia nos fala da vocação e da atividade deles:

SÃO PEDRO, a rocha firme, conhece Cristo às margens do lago,
segue-o desde o começo da vida apostólica e em Cesareia de Filipe,
reconhece publicamente com ardor e fé o Cristo como Filho do Deus vivo.

SÃO PAULO chega a Jesus por um caminho diferente.
Conhece-o como um adversário, que deve ser combatido,
como aquele que anuncia um deus diferente dos mestres de Israel...
No caminho de Damasco recebeu uma luz do alto
que mudou por completo a sua vida.
A partir daquele momento torna-se um Discípulo fiel e um ardoroso Missionário que percorre, em quatro ou cinco viagens, o mundo conhecido de então,
pregando o Evangelho e fundando novas comunidades cristãs.

+ A IGREJA continua a OBRA de Cristo...
Na Igreja, Pedro e seus sucessores são os chefes visíveis,
aos quais Cristo conferiu um poder e uma autoridade especial.
sendo um sinal de unidade da comunidade edificada por Cristo.

Por isso, nesse dia em que a Liturgia relembra esses baluartes da Igreja primitiva, celebramos também o DIA DO PAPA.
Hoje o Papa continua a Missão de Pedro e o Testemunho de Paulo,
com fidelidade e zelo, como pastor e guia.
Unidos na fé e no amor, continuemos unidos na oração libertadora,
atentos à voz do Papa, acolhendo-a com ternura e entusiasmo
e seguindo-a com firmeza.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

“Vinde a mim todos vós que estais cansados"


Na primeira parte do Evangelho de hoje, temos uma breve oração de louvor de Jesus com a afirmação da união de conhecimento entre o Filho e o Pai.

Cristo dá testemunho do Pai diante de todos. A vontade do Pai é que todos O acolham. Contudo, surge uma separação entre os “sábios e entendidos” e os “pequeninos”. Os sábios e entendidos são os autossuficientes das elites judaicas e os poderosos das cidades nos dias atuais. Estes estão bem instalados em seus privilégios e não querem mudanças. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados, privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela mudança do sistema de opressão. Completando a oração, Jesus afirma a Sua união de conhecimento com o Pai, que é a fonte da Sua revelação ao mundo.

Em Deus, conhecer e amar são atitudes inseparáveis. A experiência missionária confirma que os pobres estão mais disponíveis para acolher as propostas do Reino para a transformação do mundo. Por isso, Jesus agradece a Deus, Seu Pai: “Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos! Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso”.

Depois da Sua ação de graças com alegria, sabendo Jesus que o ser humano precisa de descanso, de repouso para repor as energias – necessita de descanso físico e também de descanso espiritual – nos convida: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Neste Evangelho, Jesus vem ao encontro da necessidade de descanso espiritual. Ele diz a cada um de nós: “Vinde, aprendei e encontrareis descanso”. Quando Jesus diz isso, Ele não não quer simplesmente mostrar “pena” ou compaixão humanas. O que Ele quer é mostrar-nos o Seu Pai.

O que Jesus diz, então, é que a simples confiança n’Ele e a natural vivência nos parâmetros da Sua Lei – a Palavra de Deus – são fardos leves e gratificantes. Pela confiança n’Ele encontraremos a Deus e n’Ele descansaremos.

O Senhor convida a todos que estão cansados e desorientados com as opções e soluções que o mundo oferece e que não dão verdadeiro alívio ou descanso. Mas, principalmente, Jesus convida a todos que sentem o peso do pecado sobre a sua vida, com todas as consequências que ele traz sobre cada um.

O pecado nos causa sofrimento físico, culpa e cansaço mental. E tudo isso enche o nosso coração de medo, autopiedade, intranquilidade e desespero. Quantas noites não passamos aflitos por causa dos problemas da vida, quantas vezes não estamos desanimados, lutando com os sentimentos de culpa ou medo e contra a nossa vontade pecadora!

Nessas horas, Jesus vem e nos diz: “Vinde a mim todos vós que estais cansados de lutar. Desabafai comigo os vossos problemas, dores, medos e erros. Eu farei cada carga vossa mais leve e trarei paz a vossas almas”.

São palavras de amor, carinho e compaixão que Jesus dirige a cada um de nós. Por isso, meu irmão, se você está triste, desanimado, cansado da vida, com os seus problemas, tristezas e desânimo, com os seus desejos, planos e objetivos corra para Jesus e entregue a Ele toda a sua vida e, com ela, tudo o que lhe perturba.

Vá a Jesus pela fé, crendo n’Ele como o seu Salvador pessoal e como o Senhor da sua vida. Aprenda com a Sua Palavra, que nos mostra como viver uma vida feliz e que tem sentido e direção, e você encontrará alívio e descanso, pois o que Ele quer para mim e para você é o verdadeiro descanso nesta vida. E descanso eterno com Ele no céu.