segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Jovens em Missão


Assim como prevê o Plano de Ação Evangelizadora definido pela Arquidiocese, temos as prioridades a serem trabalhadas pela igreja. Dentre elas encontramos a juventude que é compreendida como Fonte de renovação da sociedade. Desta forma percebemos que é necessário abrir espaços para acolher os jovens, assim como eles são, respeitando sua cultura, linguagem, desejos e anseios.
Pensando nisto o Setor Juventude de nossa Paróquia com auxílio de nossos Padres e da Paróquia Nossa Senhora da Liberdade, realizaram o projeto “ Missão Jovem”, seguindo o modelo do Bom Samaritano, saindo às ruas encontrando aqueles excluídos e afastados do amor de Deus e evangelizando.
A Missão Jovem teve inicio no dia 11 de Novembro, os adolescentes e jovens saíram às ruas, lan house, academias, praças buscando resgatar aqueles que por um motivo ou outro não participam da vida em comunidade. Nossos evangelizadores atuaram como agentes transformadores e foram estimulados a desenvolver seu espírito missionário, levando outros jovens a um encontro pessoal com Jesus Cristo.
O Tríduo da Missão Jovem teve seu encerramento com a missa realizada no sábado dia 13 as 21h30, na igreja matriz. Esta Santa Missa contou com a participação dos evangelizadores e muitos jovens resgatados pela missão, jovens estes que em seus testemunhos relataram sentir-se acolhidos novamente pela igreja e puderam voltar a experimentar o amor de Deus, aquele Pai que aguarda de braços abertos pela volta de seu filho amado.
Assim como diz o Papa Bento XVI em sua carta aos Jovens, precisamos de santos que usem calças jeans, que vão aos cinemas e saibam o quanto Deus os ama, assim conseguiremos evangelizar mais e mais jovens, além é claro de motivar os evangelizadores a seguirem sua caminhada da igreja e serem instrumentos de Jesus Cristo.
Contudo, fica o agradecimento a todos envolvidos, jovens, adolescentes, coordenações, em especial ao Pe. Luiz Carlos F. Targino que com amor e dedicação acolheu os jovens nesta missão. E fica o convite a um novo desafio, realizar mais missas jovens, acatando ao pedido de muitos que se sentiram acolhidos e amados dentro da casa do Pai, e mesmo que a cruz pesada for Cristo sempre estará conosco, pois como já deixou escrito “amai-vos uns aos outros como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo de servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai”.(Jo 15, 12-15). Então amigos continuemos em missão.

Talita Caparróz
Coordenadora grupo São Domingos Sávio

terça-feira, 16 de novembro de 2010

No sofrimento, onde está o amor?


Muito me pergunto qual a verdadeira relação entre sofrimento e amor? Já ouvi dizer que o sofrimento é característica dos verdadeiros amantes, mas, ao mesmo tempo, no cotidiano percebemos que, muitas vezes, os sofrimentos que trazemos nos afastam de sentimentos e ações ligados ao amor. Existe alguma ligação entre essas duas realidades ou são completamente antagônicas?
Na maioria das ocasiões em que pensamos sobre o assunto [sofrimento], vêm à nossa mente emoções e sensações ligadas à dor, a frustrações ou à ausência de prazer. Com isso, somos propensos a pensar que o sofrimento não tem ligação com o amor. Exatamente porque, quando experimentamos alguma situação de dor, talvez não consigamos identificar nela a realidade do amor. Mas fazendo uma leitura cristã – e aqui eu apoio-me em uma reflexão de Bento XVI – o sofrimento se torna um trampolim, um degrau, uma característica de quem realmente ama.
Assim diz o Santo Padre em uma das suas alocuções: “Não há amor sem sofrimento, sem o sofrimento da renúncia a si mesmo, da transformação e purificação do eu para a verdadeira liberdade. Onde não houver algo pelo qual valha a pena sofrer, também a própria vida perde o seu valor”. A partir dessa reflexão, podemos compreender que o sofrimento toma uma conotação positiva, exatamente porque ele é carregado de sentido. Dessa maneira, ele faz-nos perceber que determinada situação ou pessoa é carregada de significado para nós. Ao passo que identificamos que realmente existe o amor, temos a oportunidade de assumir as consequências dessa atitude de amar mesmo que ela traga, em determinado momento, o desafio do sofrer.
Mas esse sofrer que refletimos e que Bento XVI nos aponta, não é um sofrer passivo, pelo contrário, é um sofrer ativo. Não ficamos parados, inertes em nosso dia a dia esperando o sofrimento. É o movimento completamente diferente, a partir do momento em que caminhamos em direção a determinado objetivo, motivados pelo amor, deixamo-nos purificar pelos sofrimentos que a própria vida nos apresenta. Lembre-se: todos sofremos! Agora, depende somente de você a resposta a esse sofrimento; tenha coragem, não fuja. Esse degrau é importantíssimo para a sua felicidade. Lembre-se: sofrimentos podem se tornar degraus para o nosso crescimento.
Ao olharmos para o exemplo do Cristo percebemos que o suplício da Cruz e toda a sua humilhação só valeram a pena, só tiveram sentido porque no coração d'Ele o motor, a motivação era o amor, amor ao Pai, à Sua Vontade, amor àqueles a quem Ele foi enviado. No momento da suprema agonia podemos entender melhor essa relação entre sofrimento e amor. Jesus Cristo sofrera tanto que os Seus sentidos se fecharam em um movimento de autodefesa. Em uma súplica ao Pai, Nosso Senhor levanta a possibilidade de desistir. Mas nem de longe isso foi algo negativo, antes é uma revelação de como o sofrimento pode fechar-nos em nós mesmos, por causa do medo, algo próprio do ser humano. Apesar disso, o Senhor foi além. Aceitando a crucifixão como consequência de Sua missão, Ele ensina-nos que o coração do homem é capaz de responder de maneira responsável e consciente diante de qualquer tragédia. Cristo acolheu o Seu martírio tendo a convicção de que o mesmo amor que O levava a abraçar a morte Lhe traria novamente a Vida.
Na agonia e no mistério da Cruz conseguimos tocar no amor que dá sentido à nossa dor, à nossa agonia. Cristo Jesus amou-nos tanto que Ele passou amar a Sua Cruz, Sua Paixão.
Diante da afirmação de Bento XVI, posso perguntar a você: Deparando-se com a sua realidade hoje, pelo que vale a pena sofrer? Pelo que vale a pena encarar a dor, na esperançosa certeza de que por causa do AMOR vale a pena passar por isso?
Na certeza de que o Amor nunca decepciona e que ele é o grande sentido para as nossas vidas e nossas vocações, assumamos as consequências de amar, sabendo que, quando o sofrimento chegar, temos a oportunidade de responder de maneira positiva, usando dele (sofrimento) para sermos melhores e ajudarmos os outros a também serem, à imagem do Bom Pastor.