sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Obrigado povo de Deus!


Obrigado a todas as pessoas que me apoiaram, me deram força ao longo deste ano. Pessoas que pude confiar. Essa é a linda amizade que algumas pessoas demonstraram para comigo. Peço perdão a todos, pelos meus fracassos, erros e pecados. Mas são com os erros que a gente aprende a caminhar nesta vida. Quem nunca errou nesta vida, não é verdade! Agora eu desejo a todos que me acompanharam no blog e no face, essa mensagem de ano novo.

O pipocar de fogos, abraços e beijos, a alegria contagiante marcam o início de um novo ano. Tudo pode se tornar uma efêmera bolha de sabão se a verdadeira novidade, que é a graça e paz de Jesus, não perpassar cada coração e todas as famílias. O que mais desejo para mim, e para todos os homens e mulheres de boa vontade é que o ano de 2012 seja preenchido, do início ao fim, por gestos que defendam a vida e construam a paz.

A reflexão da Palabra de Deus deste final de semana e aos demais domingos no meu blog, ficará sem postagem em tempo inderterminado.


Feliz Ano Novo!

Feliz 2012!

sábado, 24 de dezembro de 2011

É Natal


A liturgia de hoje nos convida a contemplar o amor de Deus, manifestado na encarnação de Jesus…
Ele é a "PALAVRA" que se fez pessoa
e veio habitar no meio de nós,
a fim de nos oferecer a vida em plenitude e
nos elevar à dignidade de "filhos de Deus".

A Liturgia da noite realça a condição humilde do menino de Belém ("quenose").
A Missa do dia proclama sua eterna grandeza, a sua GLÓRIA "sem véu".

A 1ª Leitura anuncia a chegada do Deus libertador. (Is 52,7-10)

Ao Povo desolado e abandonado no exílio,
o Profeta procura fortalecer a esperança,
apresentando um quadro fictício, mas muito sugestivo:
À Jerusalém desolada e em ruínas, chega com uma "boa notícia"
um mensageiro que anuncia "a paz" (shalom), proclama a "salvação"
e promete o "reinado de Deus".
O profeta garante que Deus vai voltar à sua cidade em ruínas
e fazer dela uma cidade bela e cheia de vida,
como uma noiva em dia de casamento.
Uma alegria contagiante toma conta de todos.

- A alegria contagiante das sentinelas e das próprias pedras da cidade
é o anúncio de outra libertação, plena e total,
que Deus vai oferecer ao seu Povo através de Jesus e
a imagem da alegria de todos os homens,
que hoje celebram o começo de um mundo novo
e contemplam os sinais do seu crescimento progressivo.
No entanto, para que essa "boa notícia" se cumpra,
é preciso acolher Jesus e aderir ao "Reino" que Ele veio propor.

A 2ª Leitura apresenta uma breve História da Salvação.
O Plano salvador de Deus se manifesta inicialmente pelos Profetas e
"nestes dias" pelo próprio "Filho", Jesus Cristo. (Hb 1,1-6)

Celebrar o nascimento de Jesus é contemplar o amor de um Deus
que encontrou muitas maneiras de se revelar...
Falou através da Criação, através dos Profetas.
Mas na plenitude dos tempos enviou o próprio Filho...
Jesus Cristo é a Palavra viva e definitiva de Deus,
que revela aos homens o verdadeiro caminho para chegar à salvação.

* Celebrar o seu nascimento é acolher essa Palavra viva de Deus…
É acolher o projeto que Jesus veio apresentar e
fazer dele o critério fundamental de nossa vida.

O Evangelho é um Hino Cristológico, que expressa a fé em Cristo,
enquanto PALAVRA viva de Deus, tornada pessoa em Jesus Cristo. (Jo 1,1-18)

O texto é um Hino, que expressa a fé da comunidade de João em Cristo,
a sua origem eterna, a sua procedência divina,
a sua influência no mundo e na história,
possibilitando aos homens que O acolhem e escutam
tornarem-se "filhos de Deus".

- É o Prólogo ao Evangelho, segundo João.
- A expressão "no princípio" relaciona com a narrativa da Criação.
Sugere que a missão da "Palavra" é completar a primeira criação,
eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições
para que nasça o Homem Novo, o homem da vida em plenitude,
o homem que vive uma relação filial com Deus.
- A "Palavra" (Lógos) é uma realidade anterior ao céu e à terra.
- Essa "Palavra" estava em Deus e "era Deus".
É Deus que se comunica como "Palavra".
Essa "Palavra" é geradora de vida para o homem e para o mundo.
- Ela se fez "carne" em Jesus e "montou a sua tenda no meio de nós".
Agora, Jesus é a "tenda" onde Deus habita.
- A função da "Palavra" é comunicar aos homens a vida em plenitude,
a "Luz" que ilumina o caminho para a verdadeira Vida.
- Muitos recusam essa "Luz", preferem caminhar nas trevas...
- Quem acolhe a "Palavra" participa da Vida de Deus,
torna-se "filho de Deus".

- Neste dia, somos convidados a contemplar, numa atitude de serena adoração,
esse amor sem limites, que aceitou revestir-se de nossa fragilidade,
a fim de nos dar vida em plenitude...
* Acolher a "Palavra" é deixar que Jesus nos transforme, nos dê a vida plena,
a fim de nos tornarmos, verdadeiramente, "filhos de Deus".

- O presépio que hoje contemplamos não deve ser apenas
um quadro bonito e terno, mas uma interpelação
para acolher a "Palavra" e crescer como homem novo.

Hoje, como ontem, a "Palavra" continua a nos confrontar:
Muitos ainda recusam a "Luz" e preferem andar nas "trevas"...
- Qual é a nossa escolha? - Feliz Natal!...

sábado, 17 de dezembro de 2011

"Vai e faz tudo o que tens no coração, porque o Senhor está contigo..."


Nesse advento, a Liturgia apresentou vários personagens
que prepararam os homens para a 1a vinda de Cristo.
MARIA vai ser hoje a grande companheira na caminhada.
Ela é modelo de fé e de esperança
aos que aguardam a manifestação da Salvação.

Jesus veio ao mundo para torná-lo a sua nova casa,
habitando em cada ser humano que o acolhe como Maria
ao dar o seu SIM ao anjo e se tornar o primeiro templo vivo do Salvador...

As Leituras bíblicas nos falam dessa realidade...

Na 1ª Leitura, Davi prepara uma MORADA para Deus. (2Sm 7,1-5.8b-12.14ª.16)

Davi, já idoso, mostra-se insatisfeito em morar numa casa luxuosa e
a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus no meio do Povo,
estar numa simples tenda, debaixo de uma lona...
Por isso, deseja construir um templo. O Profeta Natã lhe diz:
"Vai e faz tudo o que tens no coração, porque o Senhor está contigo..."

Deus lhe PROMETE uma casa, uma dinastia perene...
Essa promessa se realiza plenamente em Jesus.

A 2ª Leitura é um Hino de louvor a Deus, pelo plano de salvação
por Ele preparado e que se manifestou em Jesus a todos os povos. (Rm 16,25-27)

O Evangelho mostra a realização da promessa de Deus:
MARIA, com o seu SIM, torna-se a MORADA de Jesus,
preparada pelo próprio Deus. (Lc 1,26-38)

- Israel esperava o Messias: um grande rei, forte, rico e poderoso...
Por isso olhava para Belém, a cidade natal de Davi.
- Mas o olhar de Deus não se voltou para as cidades famosas da Judéia,
mas para um povoado pobre e insignificante da Galiléia (Nazaré)...
com um DIÁLOGO entre Maria e o Anjo:

+ A Saudação do Anjo: "Alegra-te, ó amada de Deus, o Senhor está contigo."

A alegria de Maria não nasce por se tornar a futura mãe de Jesus,
mas sobretudo porque o "Senhor está com ela...", antes mesmo de conceber...

* O Senhor está conosco?
O que podemos fazer, para que ele esteja conosco?
A alegria de Natal só pode ser plena, se o Senhor estiver conosco?

+ A Proposta de Deus: "Conceberás um Filho..".
Deus a convida para ser a Mãe do Messias, que Israel tanto esperava.
Diante da dificuldade apresentada, de ainda não viver com um homem,
o Anjo lhe garante: "O Espírito Santo descerá sobre ti...
e conceberás e darás à luz um Filho..."
E como garantia, o Anjo lhe afirma que até sua prima Isabel
conceberá um filho na velhice... "porque nada é impossível para Deus..."

+ A Resposta de Maria: Diante disso, Maria dá o seu SIM:
"Eis aqui a "Serva" do Senhor,
'FAÇA-SE' (Fiat) em mim segundo a tua palavra."

* O "Faça-se" de Deus criou do nada todas as coisas...
O "Faça-se" de Maria tornou possível a Redenção...

O "Faça-se" de Maria foi a sua resposta livre e corajosa ao convite de Deus,
que esperava a colaboração dela para realizar o projeto de amor e salvação.
Maria torna-se o templo da Nova Aliança,
muito mais precioso que o templo desejado por Davi:
um templo vivo que encerra não a Arca sagrada, mas o Filho de Deus.

A História de Maria o que tem a nos dizer?

1. Deus ama os homens
e tem um projeto de vida plena para lhes oferecer, através de Jesus Cristo.

2. Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo:
Através de um Sim incondicional aos projetos de Deus.
* Ele espera também o nosso Sim para continuar vindo ao mundo
e oferecer aos irmãos a Salvação e a Vida de Deus.

3. Maria torna-se instrumento de Deus
Um jovem "mulher" de uma desconhecida aldeia, mas disponível
em acolher e testemunhar com amor as propostas de Deus.

4. Qual a nossa resposta aos apelos de Deus?
Maria respondeu com um "sim" total e incondicional...
A exemplo dela, também devemos dar o nosso "Sim" generoso,
numa atitude de entrega total a Deus

5. Como é possível essa entrega total a Deus?
Através de uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus.
Maria de Nazaré foi uma pessoa de oração e de fé,
que fez a experiência do encontro com Deus e
aprendeu a confiar totalmente n’Ele.
O caminho é o mesmo ainda hoje... para todos nós...

* No meio da agitação de todos os dias,
encontramos tempo e disponibilidade para ouvir Deus,
para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais?

A exemplo de Maria, digamos um SIM generoso e total ao Senhor.
E o nosso coração e a nossa família serão uma MORADA para o Salvador.

Só assim o "Senhor estará também conosco..."
e a nossa alegria nesse Natal será completa...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Como o sistema de cozimento é vapor e os recipientes funcionam hermeticamente fechados, não haverá mais em sua cozinha vapor e nem gorduras em suspensão. Consequentemente não haverá também exalação de cheiros, independente de quaisquer alimentos que se cozinhe. Desnecessário se tornará portanto o uso de seu exaustor. Há também a possibilidade de se usar várias peças do aparelho ao mesmo tempo; no cozimento os recipientes não grudam, ficando fácil para lavar; no assado, usamos o papel alumínio e, após o uso, basta lavar o recipiente com uma esponja e sabão e ele estará limpo. Neste caso, você economizará o material de limpeza e o tempo de lavar será menor.
Pode-se usar chama média ou alta até sair o vapor. Inicie o aquecimento dos recipientes NATURE LIFE na chama média para, após o primeiro sinal de escapamento de vapor (saída de vapor formando o selo d'água), abaixar totalmente a chama no sentido desligar. Com esse procedimento você passará a gastar apenas 1/3 (um terço) de gás com relação ao que vinha gastando anteriormente com as panelas convencionais. Isto é, se o botijão de gás de 13 quilos normalmente vem durando, por exemplo 15 dias, passará a durar, com este procedimento, 45 dias. Se você porém gasta o mesmo botijão em 30 dias, terá agora uma duração de 90 dias. Confie em nossa experiência, faça esse teste e economize mais de 10 botijões por ano.
Grande quantidade de alimentos já possuem, por natureza, seu próprio óleo (frango, galinhas, carne bovina, carne suína, etc.) sendo óleo natural suficiente para cozimento dos alimentos quando exposto ao processo de semi-vácuo a vapor das autoclaves NATURE LIFE. Reduza portanto a 1/3 a quantidade de óleo habitualmente utilizada. Para cozinhar ou fritar nas autoclaves, use o óleo apenas para untar as tampas/frigideiras. Somente para frituras francesas (bife à milanesa, peixe à milanesa, pastel, etc.) use 3 xícaras de óleo, fogo médio. Nas autoclaves a temperatura não excede a 100º C, evitando a saturação do óleo, pois ele não queima e não muda de cor, sem pegar sabor dos alimentos, podendo ser reaproveitado. Assim procedendo, caso você venha consumindo atualmente 4 latas de óleo mensal, passará a utilizar apenas uma lata por mês. Faça a experiência. Economize. Entre em contato pelo telefone (44) 3274-3225 ou pelo site www.naturelife.com.br

sábado, 10 de dezembro de 2011

Ele está no meio de nós


O Natal se aproxima e a Liturgia é um convite à alegria
porque o Senhor já está no meio de nós.
É o "DOMINGO DA ALEGRIA" (Gaudete)

A 1ª Leitura é uma declaração de ALEGRIA,
pela "boa notícia" de salvação, prometida por Deus. (Is 61,1-2ª.10-11)

- Esse trecho é o "Magnificat" do Antigo Testamento,
é a expressão de um povo, que acredita na renovação, porque Deus está aí.
- Os retornados do exílio estão desanimados e sem esperança,
pela frieza e hostilidade com que foram recebidos pelos habitantes de Jerusalém.
O povo espera dias melhores para breve.
- E o Profeta anuncia ao povo oprimido a "boa notícia" da plena restauração
da paz e da justiça e um ano de graça (jubilar) para restaurar a harmonia.
- O Povo reage agradecido numa atitude de louvor e alegria.

* A descoberta do amor e da presença libertadora de Deus
sempre conduz ao louvor, à adoração, à alegria.

Na 2ª Leitura, Paulo exorta à ALEGRIA:
"Sede sempre alegres". (1Ts 5,16-24)

O texto ensina onde nasce a verdadeira alegria:
- Da oração: "rezai sem cessar, dai graças";
- Da abertura do coração aos apelos do Espírito:
- Uma vida moral irrepreensível.

* O que é a alegria para você? Réveillon num restaurante cinco estrelas?
A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas humanas,
mas um estado permanente, de quem confia que a vida cristã
é uma caminhada ao encontro do Senhor que vem.
A Alegria é um dos sinais da presença de Deus no coração de uma pessoa.

No Evangelho João Batista dá o grande motivo da ALEGRIA:
"Já está no meio de vós aquele que ainda não conheceis..." (Jo 1,6-8.19-28)

O texto apresenta inicialmente João Batista, "enviado por Deus"
com uma MISSÃO concreta: "Dar testemunho da Luz".

- Essa "Luz" está no mundo, mas o mundo não a conhece.
É preciso querer descobri-la, dilatando nosso coração em alegria.
Lembrando a vinda de Jesus ao mundo,
celebramos a presença discreta de Deus em nossa história.

Na segunda parte, temos o "Testemunho de João" sobre sua pessoa:
Afirma não ser o Messias, nem Elias, nem o "Profeta"...
É apenas a "VOZ" que clama no deserto,
convidando os homens a prepararem o caminho do Senhor...
É a "voz" que aponta para a única luz que vale a pena seguir: a de Jesus Cristo.

Essa "Voz" nos convida a olhar para NÓS
e ver o que nos afasta do reto caminho do Senhor.
- Quais as trevas que devemos abandonar, para deixar essa "Luz" brilhar?
- Quais os obstáculos que nos impedem de andar nos caminhos retos de Deus?

Essa "Voz" nos convida a olhar para JESUS,
pois só Ele é a "Luz" que ilumina o caminho...
Deus iniciou a Criação, criando a LUZ e dissipou as trevas.
Dela surgiu tudo o que existe. Ela é a vida dos homens.

* Jesus é a Luz, que ilumina as nossas ações?
- Quando celebro o nascimento de Jesus, celebro um fato do passado,
ou celebro o encontro atual com alguém que é a "Luz"
que ilumina a minha vida e a enche de paz e de alegria?

A Missão de João Batista é hoje a nossa missão:
abrir caminhos para a chegada do Messias,
que é a luz das nações.
Ser uma "voz" que clama no deserto,
anunciando o Cristo presente no meio de nós...
- A "Voz" não tem rosto, é anônima. Ela passa despercebida,
transmite a mensagem e depois desaparece...
- Que espécie de "Voz" somos nós?
- Quais os desertos, nos quais devemos clamar?
(na família... na escola... no trabalho... na sociedade...)

DUAS ATITUDES OPOSTAS AO CRISTO QUE VEM:

A atitude humilde de João:
Ele não usa a missão para a sua promoção pessoal;
ele é apenas uma "voz" anônima e discreta
que recorda, na sombra, realidades importantes.

* Em nossas atividades, somos discretos e simples,
de modo que as pessoas não vejam a nós,
mas a mensagem que apresentamos?

A atitude orgulhosa dos fariseus:
Fechados em sua auto-suficiência, não reconheceram a "Luz".
Se fecharmos o coração à novidade e aos desafios que Deus nos faz,
também nós não o reconheceremos.
E ele continuará procurando lugar onde possa nascer...

A alegria que os anjos anunciaram em Belém aos homens de boa vontade
é possível também para nós...
desde que nos deixemos iluminar por essa Luz.

Assim a nossa alegria será um testemunho muito forte
de que Cristo já está no meio de nós.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Uma Voz


Nesse segundo domingo do Advento,
a VOZ profética de ISAÍAS e JOÃO BATISTA ressoa
num apelo de conversão para a vinda do Senhor.

As Leituras convidam a preparar o Caminho.

Na 1ª Leitura, ISAÍAS "consola" os exilados na Babilônia:
anuncia o perdão de Deus e um NOVO CAMINHO de vida e salvação,
com o regresso do povo à pátria. (Is 40,1-5.9-11)

Será um novo Êxodo, uma nova caminhada espiritual, durante a qual
eles poderão fazer uma nova experiência do amor e da bondade de Deus e
redescobrir os caminhos da Comunhão e da Aliança
Um MENSAGEIRO será enviado à frente para levar a boa notícia
para Jerusalém e todas as cidades de Judá...

Na 2ª Leitura aponta para a Parusia, a segunda vinda de Jesus,
e como esperar e preparar esse momento: "vigilantes":
vivendo no dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus,
empenhando-se na transformação do mundo e na construção do Reino. (2Pd 3,8-14)

Essa vinda dá uma perspectiva diferente à nossa vida:
Temos um futuro a conquistar já nesta terra.

No Evangelho, JOÃO BATISTA aponta o CAMINHO
para acolher o Messias Libertador. (Mc 1,1-8)

O Texto introduz o Evangelho de Marcos, que leremos nesse ano (B):
A "Boa Notícia" começa com um grande chamado à conversão.
Deus já voltou seu coração para nós; resta-nos "voltar" o nosso para ele.
Tudo "começou" quando João se apresentou no "deserto" de Judá para pregar.

1. Sua Missão: ser o "MENSAGEIRO" que prepara o caminho para o Messias.
Denuncia o pecado, anuncia o perdão e dispõe o homem a converter-se...
É o último dos profetas do Antigo Testamento.
Não só anunciou o Messias… mas o apontou já presente no meio do povo:
"No meio de vós está… Eis o Cordeiro de Deus..."
Dele falou Jesus: "É mais que um profeta… o maior dos nascidos de mulher..."

2. Sua Mensagem: "Preparai o caminho do Senhor e endireitai suas estradas."
Proclama um Batismo de CONVERSÃO para o perdão dos pecados.
João aponta um Caminho de purificação e de conversão...

* O Sacramento da Penitência é um gesto que manifesta
a vontade de conversão e a esperança dos tempos novos.
É um encontro privilegiado com o Deus que salva e perdoa.
- Quais são os vales a serem preenchidos? (vazios, omissões...)
- Os montes a serem abaixados? (orgulho, vaidade, ambição...)
- Os caminhos a serem endireitados? (egoísmo, ganância, ódio...)
3. A Reação dos ouvintes: "Todos saíam ao seu encontro e
eram batizados no rio Jordão, confessando seu pecados".

4. Seu estilo de vida: Era uma pessoa sóbria, desprendida, austera e simples...

- Aparece no DESERTO: Lugar dos grandes encontros com Deus…
Foi no Deserto que o Povo de Deus realizou uma longa caminhada
de purificação e de conversão...
- Deus é amigo do silêncio e se revela no silêncio...
O barulho das festas não é ambiente propício para anunciar,
nem para ouvir um convite de Penitência.

* Nesse advento, estamos dispostos a fazer momentos de deserto?
Oração… Novena do Natal em família... Gestos de solidariedade...

- Vive na SOBRIEDADE, manifestada no comer e no vestir…
"Vestia uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel silvestre..."
* É com esse espírito que nos preparamos para o Natal desse ano?

O "estilo de vida" de João fala tão forte como as suas palavras.
É o testemunho vivo de um homem, que está consciente das prioridades
e não dá importância aos aspectos secundários da vida,
como sejam a roupa "de marca" ou o comer e beber...
Em nossa vida, quais são os valores, que escolhemos?

* João Batista nos convida a preparar o Caminho do Senhor,
assumindo atitudes novas e um estilo de vida simples e profética.
Estamos dispostos a nos preparar para o Natal, nesse espírito de João?

5. Seu testemunho sobre Jesus:
"Eu vos batizo com água, Ele vos batizará com o Espírito Santo".
Ele fala de dois tipos de Batismo:
- Batizar com água consistia em purificar as pessoas convertidas de seus pecados.
- Batizar com o Espírito, a ser realizado depois por Jesus,
consistia em comunicar às pessoas uma vida nova,
transformando-as em novas criaturas.

JOÃO BATISTA foi um MENSAGEIRO DE DEUS
que preparou os homens do seu tempo, para a vinda do Senhor…
com a palavra e com o testemunho de vida...

Deus não poderia se servir também de nós, de você,
para preparar os homens de HOJE,
para a vinda do Cristo, no NATAL DESSE ANO
e ser uma voz de esperança, que aponta um Caminho Novo
para os homens sofridos de hoje,
que vivem nesse deserto da vida, escravos de tantas opressões?

domingo, 27 de novembro de 2011

"O Senhor Vem!"


Iniciamos hoje novo Ano Litúrgico (Ano B).

O ADVENTO é tempo de ESPERA:
- na expectativa da 2ª vinda de Cristo,
no fim dos tempos. (1ª e 2ª Semana);
- em preparação à 1ª vinda do Filho de Deus
que comemoramos no NATAL (3ª e 4ª Semana).

As leituras hoje nos mostram como devemos viver esse tempo:
"Vigilantes" para acolher o Senhor que vem.

A 1ª Leitura é uma SÚPLICA ardente ao Deus da História,
pedindo um Salvador. (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7)

É uma das preces mais bonitas da Bíblia.
Ao povo que voltou do exílio desanimado e indiferente à Aliança,
o Profeta tenta acordar a esperança num futuro de vida e salvação.

Deus é invocado como "Pai" e "Redentor"
(Pai: fonte da vida familiar; Redentor: responsável pelo resgate).
É a primeira vez que se chama Deus de Pai (2 x).
No evangelho, Jesus usará mais tarde 184 vezes.

Termina com a imagem do OLEIRO: Deus é o "oleiro" e
o Povo é o "barro", que o artista modela com amor...
- Somos barro, frágeis, mas somos também obra de suas mãos...
somos a expressão do amor de Deus
- Faz lembrar a Criação do Homem do barro da terra.
A mudança do coração do seu povo é uma nova Criação,
da qual nascerá uma nova humanidade.

A 2a leitura é um APELO a esperar o Senhor que vem,
dando testemunho com os dons recebidos. (1Cor 1,3-9)

É a primeira vez que Paulo usa a Palavra "Carismas".
São os dons de Deus a determinadas pessoas para o bem da comunidade.

O Evangelho é uma EXORTAÇÃO à vigilância constante
para preparar a vinda do Senhor. (Mc 13,33-37)

O texto é o final do "Discurso escatológico".
A Parábola do Porteiro conta a história do homem que partiu em viagem,
distribuiu tarefas aos seus servos e deu ao porteiro uma ordem que vigiassem...

- O "Dono da casa" é Jesus, que ao voltar para o Pai,
confiou aos discípulos a tarefa de construir o "Reino", iniciado por ele.

- Quem é o "porteiro"?
São as lideranças da Comunidade, a quem foi confiada a missão
da vigilância e da animação da Comunidade.

O que a Parábola tem a nos dizer?

1. A Vinda do Senhor é motivo de ESPERANÇA.
A nossa caminhada humana não é um avançar sem sentido ao encontro do nada, mas uma caminhada feita na alegria ao encontro do "Senhor que vem".
E o Advento nos recorda que no final da nossa caminhada,
o Senhor nos oferecerá a vida definitiva, a felicidade sem fim.

2. Advento é tempo da ESPERA vigilante do Senhor.
O verdadeiro discípulo deve estar sempre "vigilante".
- VIGIAR significa não esquecer que toda a vida cristã é uma caminhada
rumo ao encontro final com Cristo Salvador e Juiz.
- VIGIAR é a atitude de quem se sente responsável pela "casa" de Deus,
proteger a Comunidade de invasões estranhas.
- VIGIAR significa viver sempre empenhado e comprometido
na construção de um mundo de vida, de amor e de paz.
- VIGIAR Significa cumprir os compromissos assumidos no dia do batismo
e ser um sinal vivo do amor e da bondade de Deus no mundo.
- VIGIAR significa cumprir a Missão recebida:
dar testemunho de Jesus e do seu evangelho.
- VIGIAR significa não viver como se a vida se reduzisse à duração terrena,
mas viver sempre na expectativa da revelação plena do Senhorio de Jesus.

Somos convidados a não "dormir",
a estar acordados e "vigilantes", sempre prontos
para lhe entregar a qualquer momento a sua "casa" bem cuidada?

É o que pretende esse tempo litúrgico, quando nos convida a seguir
a marcha do Povo de Deus, que se preparava para a primeira vinda do Senhor:
uma marcha lenta, obscura e dolorosa, para ali apreendermos
qual deve ser a nossa ESPERANÇA nessa caminhada para Cristo.

Em meio a tantos convites comerciais,
permaneçamos atentos e vigilantes no Senhor.

- "Nesse Natal, Cristo pede um lugar em nossa casa".
* Será que ele pode contar com um lugar em nosso coração?
Estamos dispostos a remover tudo o que rouba espaço para Ele,
e impede nosso caminho para Deus?

- Já reservamos tempo para a NOVENA do Natal em família?
* A novena é uma forma de concretizar a esperança e
de reunir-se na mesma fé, permitindo que a ternura de Deus
abra caminhos para a realização e a paz.

Nesse Natal, serão realmente felizes... as pessoas,
em quem Cristo encontrou um lugar para nascer!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cristo Rei


Com a solenidade de Cristo, Rei do Universo,encerramos hoje o Ano Litúrgico, no qual celebramos os principais mistérios de nossa fé..

As LEITURAS nos falam desse REI e do seu Reino.
O Reino de Deus é uma realidade que Jesus semeou,
que os discípulos são chamados a edificar na história e
que terá o seu tempo definitivo no mundo que há de vir.

Apresentam TRÊS ASPECTOS da Realeza de Cristo:

Na 1ª Leitura, Deus se revela como um Rei PASTOR,
totalmente dedicado ao bem de suas ovelhas. (Ez 34, 11-12.15-17)

O profeta Ezequiel, depois de denunciar os "maus pastores"
que exploraram e abusaram do Povo e
o conduziram por caminhos de morte e de desgraça,
até à catástrofe final de Jerusalém e ao Exílio,
consola o povo com uma mensagem de esperança:
Deus será o Bom Pastor, que libertará e reconduzirá
as ovelhas dispersas para a terra prometida.
Essa profecia se cumpre em Jesus, o Bom Pastor...

A 2ª Leitura apresenta um Rei SOBERANO
vencedor da morte e do pecado, estabelecendo uma realeza universal.
Paulo explica o Senhorio universal, a Sabedoria e a Realeza de Cristo Ressuscitado, que é a primícia de todos os que morreram. (1Cor 15,20-26.28)

O Evangelho mostra um Rei JUIZ. (Mt 25,31-46)

Costumamos crer que o julgamento final só acontecerá no fim dos tempos.
A Parábola apresenta o "Filho do Homem" sentado no seu trono,
separando as pessoas, como o Pastor separa as ovelhas dos cabritos.
Ele sabe discernir os justos e os injustos. Ele não julga, nem condena.
É a pessoa que se julga e se condena pelas obras de Misericórdia que realizou ou não...
"Vinde benditos de meu Pai… Recebei o Reino que meu Pai vos preparou..."
"Afastai-vos de mim, malditos, ide para o fogo eterno..."

* Essa cena não é uma descrição fotográfica do juízo final.
É uma Catequese que nos revela que o amor aos irmãos
é uma condição essencial para fazer parte do Reino.
Cristo protege os necessitados e se identifica com eles.

Quem são as ovelhas e os cabritos?
Às vezes nós nos comportamos como ovelhas e às vezes como cabritos...
Que o Senhor misericordioso nos transforme a todos... em suas ovelhas.
Jesus não aceitou esse título nos momentos de glória:
- Na Sinagoga, onde falava com tanto brilho…
- No Jordão, onde a Trindade se revelou…
- No Tabor, quando apareceu com tanta glória...
- Nos milagres grandiosos...
como na multiplicação dos pães…quando até queriam proclamá-lo Rei.
Poderiam confundir com o sentido político desse nome…

Jesus aceitou:

- diante de Pilatos: "Sim sou REI… e para isso vim ao mundo,
mas o meu Reino não é daqui".
- na Cruz: num trono bem diferente… diante de um povo hostil que o desafia:
"Se és Rei, salva-te a ti mesmo… e desce da cruz…"
Ao Bom Ladrão, que reconhece a sua realeza e suplica pela salvação:
"Lembra-te de mim quando estiveres em teu REINO",
Jesus lhe garante: "Ainda hoje estarás comigo…"

O Prefácio da Missa também nos fala em que consiste esse Reino:
- Reino da Verdade e da Vida;
- Reino da Santidade e da Graça;
- Reino da Justiça, do Amor e da Paz…
= Esse é o verdadeiro Reino de Cristo…

Resumindo:

O Reino de Deus é uma semente que Jesus semeou,
que os discípulos são chamados a edificar na história através do amor
e que terá o seu tempo definitivo, no mundo que há de vir.

No entanto, esse Reino já está no meio de nós.
E Jesus nos convida a fazer parte dele e a trabalhar
para que esse Reino chegue ao coração de todos os homens…

É o que nos convida a rezar, no Pai Nosso: "Venha a nós o vosso Reino."

A Igreja recorda hoje o "Dia do Leigo".
É Vocação de todo cristão viver o Batismo no meio do mundo,
trabalhando para a transformação de uma sociedade mais justa e fraterna,
anúncio do Reino definitivo.

Povo de Deus, estamos conscientes de sermos cidadãos desse Reino?
- Ele reina de fato, em nosso coração?
- Trabalhamos para que esse reino chegue ao coração de todos os homens?

Renovemos a nossa fé nessa verdade, cantando:
Viver pra mim é Cristo...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

No fim da nossa vida, o que desejamos ouvir?


Ao aproximar-se o final do Ano Litúrgico, a Liturgia nos convida a estarmos prontos a prestar conta a Deus da administração dos bens que ele nos concedeu. É um apelo à VIGILÂNCIA para a vinda do Senhor,
que pode vir a qualquer momento em nossa vida.

A 1a Leitura apresenta a figura da "mulher virtuosa",
que sabe administrar a sua casa. (Pr 31,10-13.19-20.30-31)

Esse poema retrata a Mãe de família, que valoriza o trabalho,
o compromisso, a generosidade e o "temor de Deus".
Esses valores garantem ainda hoje para todos
uma vida feliz, tranqüila e próspera.

Na 2ª leitura, Paulo fala da 2ª vinda do Senhor e
como devemos esperar e preparar esse momento:
vigilantes e sóbrios na presença do Senhor. (1Ts 5,1-6)

No Evangelho, com a Parábola dos TALENTOS,
Jesus fala da sua 2ª vinda no fim dos tempos e a atitude com que
os discípulos devem esperar e preparar essa vinda. (Mt 25,14-30)

Um "senhor" partiu em viagem e deixou sua fortuna nas mãos dos servos.
A um, deixou cinco talentos, a outro dois e a outro um.
Quando voltou, chamou os servos e pediu-lhes conta da sua gestão.
Os dois primeiros tinham duplicado a soma recebida;
mas o terceiro escondeu cuidadosamente o talento recebido,
pois conhecia a exigência do "senhor" e tinha medo.
Os dois primeiros servos foram louvados pelo "senhor",
ao passo que o terceiro foi severamente criticado e condenado.

A Parábola refere-se à Vinda do Senhor Jesus, no final dos tempos...
- O "Senhor" representa Jesus, que antes de deixar este mundo,
para viajar de volta ao Pai, deixou todos os seus "Bens" aos discípulos.
- Os Talentos são os "bens" que Jesus deixou na sua Igreja:
o Evangelho, a sua mensagem de salvação; o Batismo, a Eucaristia e
todos os sacramentos, seu amor pelos pobres, sua atenção para os doentes...
- Os Servos, depositários desses bens, são os discípulos de Jesus,
somos todos nós, que devemos produzir na medida de nossas possibilidades...

Depositários dos Bens de Cristo...

Nós somos agora no mundo as testemunhas de Cristo e
do projeto de salvação que o Pai tem para os homens.
- É com o nosso coração que Jesus continua a amar os publicanos e
os pecadores do nosso tempo;
- é com as nossas palavras que Jesus continua a consolar
os que estão tristes e desanimados;
- é com os nossos braços abertos que Jesus continua a acolher os imigrantes
que fogem da miséria e da degradação;
- é com as nossas mãos que Jesus continua a quebrar as cadeias
que prendem os escravizados e oprimidos;
- é com os nossos pés que Jesus continua a ir ao encontro de cada irmão
que está sozinho e abandonado;
- é com a nossa solidariedade que Jesus continua a alimentar as multidões
famintas do mundo e a dar medicamentos e cultura àqueles que nada têm…

Os que a Parábola nos diz hoje?

A Parábola mostra a grande responsabilidade de quem se omite,
deixando que os bens do Senhor permaneçam infrutíferos,
privando desta forma a comunidade e o mundo dos frutos a que têm direito.

- os dois "servos" da parábola, que fizeram frutificar os "bens",
nos mostram como devemos proceder:
Eles lutaram, esforçaram-se, arriscaram, ganharam.
Não se deixaram dominar pelo comodismo e tiveram a coragem de arriscar.
Também nós não devemos nos deixar dominar pelo comodismo e
ter a coragem de lutar contra a injustiça e propor os valores do Evangelho;
Não aceitar que os grandes e poderosos decidam os destinos do mundo e
ter a coragem de lutar contra os projetos desumanos que desfiguram esta terra;
Não aceitar que a Igreja se identifique com a riqueza, com o poder e
procurar torná-la mais pobre, mais simples, mais humana, mais evangélica;
Não aceitar que a liturgia deva ser sempre tão solene que assuste os mais
simples, nem tão etérea que não tenha nada a ver coma vida do dia a dia...

- e o servo, que enterrou os "bens", mostra como não devemos proceder:
contentar-se com o que se tem e não querer mais, por medo ou covardia...
Não fazer render os "bens" que Deus nos confiou... não dar frutos...

Como usamos os talentos que o Senhor nos confiou?

- Em muitas comunidades encontramos pessoas ricas de talentos...
de estudo, de tempo e de recursos... mas não se doam aos outros...
Dizem que não tem tempo... não tem jeito...
e não fazem nada pela comunidade...

- No entanto, encontramos pessoas pobres, humildes, muito ocupadas...
e com pouco ou nenhum estudo,
que se entregam com generosidade a serviço da Comunidade:
nas pastorais, nos movimentos e no serviço de caridade...

* No fim de nossa vida, o que desejamos ouvir?
"Servo bom e fiel... vem participar da minha alegria..."
ou "Servo mau e preguiçoso... Servo inútil... joguem-no fora...
na escuridão... onde haverá choro e ranger de dente?"

A Escolha será nossa!...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Sede Santos!..."


Olá Povo de Deus!

Estou de volta depois de duas semanas ausente. Vamos continuar a nossa caminhada e refletirmos juntos o evangelho desse final de semana. Boa reflexão a todos.

Celebramos hoje a festa de TODOS OS SANTOS. O Objetivo dessa festa é homenagear Todos os Santos (conhecidos ou não...) e apresentar o Ideal da Santidade, como possível hoje e como desejado por Deus:
"Esta é a vontade de Deus a vossa Santificação" (1 Tess 4,3)

As Leituras nos revelam o projeto de Deus:tornar o homem participante de sua santidade:

A 1ª Leitura nos abre uma visão sobre o nosso futuro: A vitória do Cordeiro transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que o seguem. São numerosos e doravante participam do seu triunfo, numa festa eterna. (Ap 7, 2-4.9-14)

A 2ª Leitura recorda que a vida divina já está presente em nós desde agora. (1Jo 5,1-3)

No Evangelho, Cristo nos aponta o "caminho" da Santidade,
com as Bem-aventuranças (Mt 5,1-12a) :
- Os que têm um coração de pobre: despidos da vaidade e ambição...
- Os que choram: são sensíveis à dor dos irmãos...
- Os mansos...
- Os que têm fome e sede de justiça...
- Os misericordiosos...
- Os construtores da paz...
- Os que têm um coração puro...
- Os que são perseguidos por causa da justiça e dos valores do Reino.

+ Celebramos hoje o maravilhoso mundo da Santidade.

- Mundo imenso, onde os santos são inumeráveis,
como nos diz a 1ª Leitura. (144 mil: 12 x 12 x 1000 = uma multidão)
- Mundo maravilhoso, onde muitos destes santos são nossos parentes,
nossos amigos, gente grande e crianças que conhecemos.
- Mundo feliz realizando-se no mundo de trabalho e de sofrimento,
de sonhos e realizações.
- Mundo de portas abertas, que cresce sem parar,
porque cada dia que passa vê chegar novos eleitos.

O Mundo dos Santos não é estranho para nós.
É um mundo feito de gente como nós, que, nas limitações humanas,
lutaram e venceram, viveram o evangelho de Jesus,
e serviram os irmãos nesta terra e continuam a servir por sua intercessão no céu.
Por isso somos convidados participar deste mundo desde agora.

+ Quem são os santos ?

- No princípio, a Bíblia reservou esse nome só a Deus: "Só Deus é santo".
- Jesus Cristo irradia a Santidade de Deus e
transmite a Santidade à Igreja, por meio dos Sacramentos...
- Na Igreja primitiva: Santos são os que participam da Santidade de Deus...
Por isso, santos eram todos os cristãos...
- Hoje, a Igreja nos diz que todos os homens têm uma vocação à santidade:
"Os cristãos de qualquer condição e estado são chamados pelo Senhor,
cada um por seu caminho, à perfeição da santidade pela qual é perfeito
o próprio Pai. Todos os cristãos são chamados à plenitude da vida
cristã e à perfeição da caridade.” (Concílio Vat. II)

Portanto, SANTOS não são apenas pessoas privilegiadas já mortas,
que viveram no passado longe do mundo...
- Santos não são apenas os que foram declarados santos pela Igreja e
são honrados hoje em nossos altares...
- Santos são também muitos "desconhecidos", que viveram o ideal da santidade e muitas pessoas de hoje que andam no "caminho" de Deus...
- Santos... podemos e devemos ser também nós...

+ Por que essa Celebração?
Para erigir um monumento ao "santo desconhecido"?...
- Não, é uma oportunidade para celebrar a "Comunhão dos santos".
Essa comunhão espiritual de bens entre todos os fiéis que constituem
a Igreja na sua etapa peregrina, purificante e triunfante.
- Hoje a Igreja peregrina se alegra unida à Igreja triunfante no céu,
como afirma o Prefácio da missa:
"Festejamos hoje a cidade do céu, onde nossos irmãos, os santos,
vos cercam e cantam eternamente o vosso louvor ".
- Hoje celebramos a santidade de Deus, que resplandece
nos membros de seu povo, nos filhos da Igreja.

+ Por que culto e devoção aos Santos?
- Como o povo da antiga aliança estava em comunhão com os patriarcas e
profetas, unidos na herança comum das promessas messiânicas,
assim o novo povo de Deus, que é a Igreja, vive em união com Jesus Cristo,
a virgem Maria, os apóstolos, os mártires e os santos.

- Esse culto e devoção não tem nada de mágico ou supersticioso,
pois é culto e louvor a Deus, porque a sua glória resplandece nos santos.
Assim eles se constituem para nós modelos e intercessores.

+ A festa de hoje é um apelo à Santidade,
como um dom que o Pai nos concede,
com a proposta desafiadora de Jesus:
"Sede santos, como o Pai é santo!"

Acolhamos o apelo de Deus à Santidade:
A santidade ainda hoje é possível e desejada por Deus...
E todos nós somos chamados a ela...

sábado, 22 de outubro de 2011

O Maior Mandamento


A comunidade de Mateus apresenta Jesus ensinando o maior mandamento em um contexto no qual os fariseus novamente o procuram, a fim de pô-lo à prova (Mateus 22,35). Assim já haviam feito ao armarem, junto com os herodianos, uma cilada em torno do pagamento dos impostos ao império romano, para apanhá-lo por alguma palavra (Mateus 22,15).
Desta vez, os fariseus partem para cima de Jesus com uma nova armadilha: Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? (Mateus 22,36). Então, Jesus faz a memória da centralidade do amor em toda Lei. Dessa forma, ao colocar no centro o amor a Deus e ao próximo, Jesus torna relativas todas as leis e as tradições. Elas somente estão conforme a vontade de Deus, caso tiverem como motivação primeira o amor. Assim, Jesus acusa os fariseus de traírem o projeto de Deus ao colocarem a letra acima do espírito da Lei. Incomodados pela acusação de Jesus, eles ficaram sem resposta e silenciaram. Porém, novamente se reuniram. Seria para preparar outra cilada? (Mateus 22,41). No entanto, agora é Jesus quem passa a desmascará-los, fazendo perguntas (Mateus 22,42) e acusações fortes contra os fariseus, incluindo também os doutores da Lei, os escribas (Mateus 23,1-36). Desse modo, ninguém podia responder-lhe nada. E a partir daquele dia, ninguém se atreveu a interrogá-lo (Mateus 22,46).
Em que parte das Escrituras Jesus busca o espírito da Lei, o princípio do amor? Para o primeiro mandamento, ele recorre a um dos livros da Lei judaica, o Deuteronômio (6,4-5): Amarás ao Senhor, teu Deus... É um amor intenso, isto é, com todo o nosso ser: coração, alma, força vital e mente.
O segundo, ele o encontra em outro escrito do Pentateuco, o livro do Levítico (19,18): Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
O amor é o centro da vida nutrida em Deus, pois Deus é amor (1ª carta de João 4,8.16). Se andamos no caminho de Deus, vivemos o amor que gera vida, pois toda a Lei se resume neste único mandamento: ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo' (Gálatas 5,14; Romanos 13,9). Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei (Romanos 13,10). Ao dizer que toda Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos (Mateus 22,40), Jesus torna todas as Escrituras relativas em relação ao amor. Somente este é absoluto.
O caminho do amor é um novo jeito de caminhar, é uma nova prática. Sua vivência não é algo abstrato, teórico, mas é um amor bem concreto. Antes de procurar um próximo para amar, importa tornar-se próximo através da solidariedade. É isso que a comunidade de Lucas nos quer lembrar ao acrescentar ao mandamento do amor a parábola do samaritano misericordioso (Lucas 10,29-37). Ou como recorda a comunidade de Mateus, ao insistir na prática da misericórdia: Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a criação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era sem teto e me acolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me (Mateus 25,34-36).
A comunidade de João, diferentemente de Mateus, Marcos e Lucas, não separa em dois o mandamento de Jesus. Vai mais fundo e identifica o amor a Deus com o amor ao próximo: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros (João 13,34; 15,12.17). Se alguém disser: ‘amo a Deus', mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê (1ª carta de João 4,20).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tentar algo Novo


Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-las a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida, a nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores.
Tempo de entusiasmo e coragem em que todo o desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Maria, Mãe de Jesus e nossa


A liturgia de hoje nos convida a contemplar a mãe de Jesus como uma mulher maravilhosa que não acompanha os projetos deste mundo, mas luta para que se realize o que Deus sonhou para a humanidade. Maria é a mulher e a mãe da sensibilidade, pois percebe as necessidades mais urgentes e intercede por nós junto a seu Filho Jesus. Ela nos ensina que tudo deve ser feito conforme a vontade de Jesus: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. E assim se fez, pois Jesus se compadece e
atende aos nossos pedidos. Seis talhas de água foram apresentadas. Seis talhas de vinho foram servidas. Portanto, a graça de Deus age segundo a nossa abertura, pois a medida de nossa confiança é a medida da ação de Deus. A verdadeira devoção a Nossa Senhora Aparecida não se reduz ao recurso à sua intercessão para obter de Deus qualquer recurso material. É certo que se pode invocar Maria para alcançar isso, mas é necessário ir além. O cristão aprende, sobretudo, a orar com Maria e
como Maria. É essa a mensagem que extraímos da primeira leitura. Maria não teve uma vida fácil e cômoda. Viu desencadear-se contra seu Filho e contra a comunidade cristã as forças do mal, mas jamais duvidou de que Deus se põe do lado dos justos e que seu Espírito vai conseguir vencer. Maria tornou-se para nós um modelo de fé na providência do Senhor. É a mensagem da segunda leitura. A tentação de permanecer agarrados às tradições, mesmo quando estão superadas e se mostram contra o Evangelho, é sempre atual. A narrativa das bodas de Caná mostra como a mãe de Jesus foi a primeira a entender que, sem o “vinho novo” trazido pela Palavra de Jesus, a prática religiosa produz só tristeza e desconforto. Ser devotos de Nossa Senhora Aparecida significa manter o coração aberto aos sinais dos tempos.

sábado, 8 de outubro de 2011

O traje da Festa


Nos últimos domingos, refletimos sobre a realidade da IGREJA: como uma "Vinha" e nós éramos convidados a trabalhar nessa vinha.
Hoje: As leituras nos falam de um BANQUETE solene
ao qual somos todos convidados a participar...

Na 1ª leitura, temos uma visão profética de Isaías, em que nos fala
de um banquete preparado por Deus para todos os povos. (Is 25, 6-10a)

Para o Povo da Bíblia, o banquete sempre foi sinal de amizade, partilha, momento em que se trocam presentes. Mas esse banquete seria especial, pois será promovido pelo próprio Deus. Como presentes, Deus irá acabar com as lágrimas, o luto e a tristeza e sobretudo oferecerá a vitória sobre a morte.
* Esse Banquete expressa a esperança humana num futuro de alegria
e de Salvação para todos.

A 2ª Leitura mostra que a força de Cristo ressuscitado sustenta Paulo
em meio às dificuldades:"Tudo posso naquele que me dá força". (Fl 4.12-14.19-20)

No Evangelho, Jesus retoma essa imagem do Banquete. (Mt 22, 1-14)

O Reino de Deus é comparado ao Banquete para uma festa de casamento.
- O Rei é Deus que organiza a festa de núpcias de seu Filho (Jesus).
- A Esposa é a humanidade inteira... a própria Igreja....
- O Banquete representa a felicidade dos tempos messiânicos.
Quem acolhe o convite experimenta profunda alegria...
- Os Servos representam os profetas... Os Apóstolos... e todos nós...
- Os Convidados ao longo do caminho... são os homens do mundo inteiro...
os pecadores e os desclassificados o acolheram de braços abertos.
- Os Primeiros convidados não entram na festa: representam os líderes de Israel, preferem seus interesses, estão satisfeitos com sua estrutura religiosa...
- O Convidado sem o traje nupcial foi retirado da sala.
Aceitou o convite, mas não vestiu o traje apropriado...

+ Alguns convidados recusam... Se a festa é tão boa, por que alguns recusam?
A parábola fala de dois tipos de recusa:
- Indiferentes, que preferem cuidar de seus negócios particulares e
não são motivados para a busca da alegria coletiva...
- Violentos: Os que eliminam os que se empenham na construção do Reino.
Os que não querem mesmo que a festa aconteça...

+ Todos são convidados:
Deus não desiste. Continua chamando:
"Ide pelas encruzilhadas... e convidai todos os que encontrardes..."
E esses aceitam o convite e participam do banquete.
E a sala do festim ficou cheia de convivas... "bons e maus..."

+ Não basta ser convidado e entrar na sala do banquete:
Um até foi expulso... não tanto porque não tinha a roupa do banquete,
mas porque não tinha a disposição correta para participar da festa.

+ E conclui: "Muitos são os chamados... poucos os escolhidos..."
Não quer dizer que poucos se salvam... mas sim que o número
é inferior ao dos chamados... por não corresponder ao chamado divino.

+ E Deus continua convidando...
"Ide pelas encruzilhadas, pelas periferias das cidades e
convidai a todos os que encontrardes..."

+ Cristo nos convida também para o Banquete da Eucaristia...
"Felizes os convidados para o banquete de núpcias do Cordeiro!" (Ap 9, 19)
- Aceitamos, com alegria, esse convite ou
encontramos inúmeras desculpas para não comparecer?
- Nesse Banquete, "participamos" revestidos de uma roupagem de fé
em plena COMUNHÃO com Deus e com os irmãos,
procurando viver intensamente a presença de Cristo no meio de nós?
- Ou apenas "assistimos" a missa por motivos humanos?
- A nossa participação no banquete nos torna merecedores
de sermos "convidados" e também "escolhidos"?

+ A Igreja continua convidando...
A grande função da Igreja é chamar para essa festa
A mesa do banquete está preparada e os convidados somos todos nós,
mas quantos continuam não tendo tempo...
Não basta pertencer materialmente a Cristo e à Igreja,
mas, no fundo do coração, não ser de Cristo, nem para Cristo...
Ser convidado ao banquete não é somente vir à igreja,
acompanhar procissões e receber os sacramentos.
Isto é importante, mas deve nos levar a melhorar o mundo,
trabalhando pela libertação evangélica dos irmãos
em todos os lugares onde a vida está sendo ameaçada.

+ Qual a nossa resposta?
Estou no primeiro, ou no segundo grupo?

- dos primeiros que encontram motivos, desculpas, talvez até importantes,
mas que impedem de participar do Banquete divino?
Dos que estão tão imersos nos afazeres terrenos,
que julgam tempo perdido pensar em Deus e na vida eterna...

- ou do segundo grupo, dos humildes, encontrados nas encruzilhadas...
mas que acolhem com alegria o convite do Senhor e
provam a alegria profunda da festa preparada pelo Senhor?

A mesa do banquete está preparada. e o convidado é também você...
A decisão é sua... São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo...

sábado, 1 de outubro de 2011

A Vinha do Senhor


Estamos no mês de Outubro, dedicado ao ROSÁRIO e às MISSÕES, com o Tema: "MISSÃO na Ecologia".

A Liturgia continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo eleito,
precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.

Na 1ª Leitura, Isaías, com o "Cântico da Vinha", narra a História do amor de Deus e a infidelidade do seu Povo. (Is 5,1-7)

É um lindo poema composto pelo profeta, talvez a partir de uma canção de vindima.
Através do profeta (o trovador), Deus (o Amigo) julga seu povo (a vinha), descrevendo o amor de Deus e a resposta do Povo.

- Um agricultor escolheu o terreno mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados necessários.
- O sonho dele era a colheita dos FRUTOS do seu trabalho...
- Mas a decepção foi grande: só deu uvas azedas...
"Que mais poderia eu ter feito por minha vinha e não fiz?"
- Reação: Seu amor se transforma em ódio: derruba o muro de proteção,
permite que os transeuntes a pisem livremente e que o inço tome conta...

* Os Frutos, que o Senhor esperava, eram "o direito e a justiça",
respeito pelos Mandamentos e fidelidade à Aliança.
Ao invés, viu "sangue derramado" e "gritos de horror":
infidelidade, injustiça, corrupção, violência...
Muitas manifestações religiosas solenes, sem uma verdadeira adesão a Deus.
Daí o castigo de Deus: a invasão dos assírios e depois dos babilônios,
que destruíram a vinha e deportaram os israelitas como escravos.
* Hoje há ainda "sangue derramado" e Gritos de horror"?

Na 2ª Leitura, Paulo apresenta virtudes concretas, que os cristãos devem cultivar na própria Vinha.
São esses os frutos que Deus espera da sua "Vinha". (Fl 4,6-9)

No Evangelho, Jesus retoma e desenvolve o poema da VINHA. (Mt 21,33-43)

- Um Senhor planta uma vinha com todo o cuidado e tecnologia necessária e
a confia a uns vinhateiros, conhecedores da profissão.
- Chega o tempo da vindima, manda buscar a colheita e vem a surpresa.
Não entregam os frutos e maltratam os enviados...
Não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo.
- A "Vinha" não será destruída, mas os trabalhadores serão substituídos...

* A parábola é uma releitura da História da Salvação:
ilustra a recusa de ISRAEL ao projeto de salvação de Deus.
- A Vinha é o Povo de Deus (Israel).
- O Dono é Deus, que manifestou muito amor pela sua vinha.
- Os vinhateiros são os líderes do povo judeu...
- Os enviados são os profetas... o próprio Cristo "morto fora da vinha".

- Resultado: A "vinha" será retirada e confiada a outros trabalhadores,
que ofereçam ao "Senhor" os frutos devidos e acolham o "Filho" enviado.
- Reação do Povo: tentam prender Jesus, pois percebem que a Parábola se refere a eles...

+ Quem são esses "outros", aos quais é entregue a Vinha?
Somos todos nós, membros do novo Povo de Deus, a Igreja,
que tem a missão de produzir seus frutos,
para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.
- Que tipo de frutos está faltando?

Os homens do tempo de Isaías e também de Jesus eram muito piedosos,
zelosos nas práticas religiosas, no respeito do sábado...
Mas não foi da falta disso que Deus se queixou...

- Isaías resume a queixa de Deus nas palavras do dono da vinha:
"Esperei deles justiça, e houve sangue derramado;
esperei retidão de conduta e o que ouço são os gritos de socorro
de gente que foi explorada e maltratada..."

* Será que isso acontecia só no passado?

Ainda hoje devemos testemunhar diante do mundo,
em gestos de amor, de acolhimento, de compreensão, de misericórdia,
de partilha, de serviço, a realidade do Reino, que Jesus veio propor.
Não podemos reduzir tudo a apenas umas práticas religiosas?

+ Os guardas da vinha quiseram até se transformar em "Donos"...

* Esse perigo não pode estar presente ainda hoje em nossas comunidades?
Não somos "donos", mas apenas administradores...

+ Deus nunca desiste de sua obra de amor e salvação!
Uma Verdade consoladora, mas também um Alerta:
Diante do fracasso com alguns... Deus não desiste...
Mas Ele recomeça com outros...
- Será que Deus está satisfeito dos frutos que estamos produzindo?

+ Missão na ecologia!...
Nesse Mês missionário, somos convidados a renovar com Deus a Aliança.
- Que frutos estamos produzindo para a realização do Reino de Deus?
Se hoje não somos missionários, não é esse um sinal
de que estamos sendo maus vinhateiros.
Não significa um desprezo para com a Vinha do Senhor?

Nesse caso: "O Reino também nos será tirado e
entregue a outros que produzam frutos".

sábado, 24 de setembro de 2011

Somos o primeiro ou segundo filho?


Celebramos hoje o "Dia Nacional da Bíblia"...no último domingo de setembro, em homenagem a São Jerônimo (30/09), que dedicou 35 anos de sua vida na tradução da Bíblia... A melhor homenagem à Bíblia é ler, estudar... e sobretudo VIVER...
Diante da Palavra de Deus, podemos dizer SIM, assumindo um compromisso coerente ou evitar qualquer compromisso.

Na 1ª Leitura, Ezequiel convida os israelitas exilados na Babilônia
a viverem com coerência o Sim dado ao Senhor e à Aliança. (Ez 18,25-28)

Na 2ª Leitura, Paulo apresenta o exemplo de Jesus:
despoja-se da condição divina, assume a condição humana e diz "SIM" ao Pai até a morte de Cruz. (Fl 2,1-11)

O Evangelho fala de dois tipos de SIM. (Mt 21,28-32)

Continuamos a refletir sobre a Igreja, "Vinha do Senhor".
Vimos já que todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor...
Hoje veremos qual pode ser a nossa resposta a esse chamado...

Com a Parábola, Jesus ilustra duas atitudes diversas:Ao Pai que convida os dois filhos a trabalharem na Vinha, o primeiro se nega no começo, mas depois acaba indo...
o segundo responde Sim, Pai, mas depois não vai.E a parábola questiona: "Qual dos dois fez a vontade do Pai?"
A resposta é clara: Não quem DISSE "Sim",
mas quem FEZ a vontade do Pai.

* A Parábola tinha endereço certo:
Os dois filhos representam dois grupos do tempo de Jesus:
Os "pecadores inveterados" e os "justos estabelecidos".

- Os judeus eram os "justos estabelecidos", fiéis praticantes da Lei,
que há séculos tinham dito o seu SIM a Deus pela Aliança,
e agora rejeitavam o Cristo, enviado de Deus e ficavam fora do Reino...
O modo como viviam o seu "Sim" à Lei
os levou a dizer "Não" ao Evangelho.

- Os "pecadores inveterados" eram os cobradores de impostos e as prostitutas, que por muito tempo disseram NÃO à vontade de Deus expressa na lei, mas agora acabavam dizendo "SIM" ao apelo de Jesus e
entravam no Reino, seguindo a sua proposta.

É interessante notar que essa parábola só foi narrada por Mateus,
um cobrador de impostos, antes considerado um pecador público e
agora um discípulo ardoroso de Cristo.

+ O que a PARÁBOLA nos diz HOJE?

Também em nossos dias, Deus continua tendo dois filhos:
- Alguns, no Batismo, dizem "Sim", mas depois, na vida concreta,
transformam o "Sim" em muitos "Não".
- Outros nunca disseram um "Sim" explícito para Deus,
mas, na prática de cada dia, amam o irmão, se sacrificam pelos outros,
executam muitas obras de caridade.
Estes, ainda que não batizados, são verdadeiros Filhos de Deus...
"Nisto conhecerão que sois meus discípulos,
se vos amardes uns aos outros como eu vos amei..."

- Hoje muitos, que se dizem católicos, afirmam: Cristo SIM, Igreja NÃO.
Não é possível ser CRISTÃO, prescindindo da IGREJA.
Somos cristãos pela graça de Deus e essa graça nós a recebemos na Igreja,
fundada por Jesus, como sacramento universal de salvação,
como fonte e sinal do favor de Deus à humanidade
como povo eleito, organizado e unido na comunhão da caridade
sob a animação pastoral dos apóstolos e dos sucessores.

* É inútil ter dito "Sim" para Deus no dia do Batismo,
se em seguida, durante a vida vão sendo revogadas as promessas.
A Vida inteira deve ser um "Sim" permanente ao Senhor.
"É melhor ser cristão sem dizê-lo, que o dizer sem sê-lo".

- A que grupo pertencemos? A que filho nos assemelhamos?
Ao primeiro, ao segundo? Ou um pouco de cada?
Ou seria melhor que fôssemos como o terceiro filho,
do qual a parábola não fala: aquele que diz "Sim" e vai mesmo!

+ Todos são chamados a trabalhar na vinha do Pai.
Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção
de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro, mais fraterno.
Os chamados de Deus, nós os conhecemos pela sua Palavra,
contida na BÍBLIA, cujo dia hoje comemoramos.

+ Qual é a nossa resposta à Palavra de Deus?
- SIM, nós compramos a Bíblia e a colocamos num lugar nobre da casa,
mas NÃO a lemos, muito menos nos esforçamos em vivê-la?
- Aceitamos toda a Bíblia, sem preconceitos e sem interesses...
também os pontos que nos questionam e nos comprometem:
Ou, isso Sim, isso Não!... Batismo sim, Casamento não...

Ela nos garante:
"Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática..."

Façamos nossa Profissão de fé = nosso SIM à PALAVRA DE DEUS...

De mão estendida para a Bíblia: cantemos:
"Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé..."

sábado, 17 de setembro de 2011

Venha trabalhar na minha Vinha


A Liturgia nos leva a refletir novamente sobre a Igreja,na qual somos convidados a trabalhar. Geralmente o ser humano quer recompensa por suas boas ações. E, quando não se sente recompensado, acha que Deus é injusto, ou não o ama, ou esqueceu-se dele. Costuma-se até dizer: "Por que Deus não atendeu às minhas preces? Sou tão dedicado, tenho tanta fé!".
Qual será o critério de Deus no "pagamento" pelo trabalho nela realizado.

As leituras bíblicas nos dão a resposta.

Na 1ª Leitura, Isaías afirma que o jeito de Deus ser é muito diferente
de como nós o imaginamos. Deus não pensa como nós.
Ele não julga pela quantidade, mas pela qualidade com que se faz. (Is 55,6-9)

A 2ª Leitura apresenta o testemunho de Paulo,
que fez de Cristo o centro de sua vida.
"Para mim o viver é Cristo, e o morrer um lucro". (Fl 1,20c-24.27a)

O Evangelho destaca que Deus chama à Salvação todos os homens,
sem considerar a antiguidade na fé,
ou os créditos pelo trabalho realizado. (Mt 20,1-16)

A Parábola da VINHA é exclusiva de Mateus:
- Um patrão contrata trabalhadores para a sua vinha, em vários momentos.
- No final do dia, paga uma diária completa a todos.
- Os primeiros "murmuram, reclamando indignados:
"Eles trabalharam apenas uma hora, e tu os igualaste a nós".
- O dono da vinha responde ao primeiro descontente:
"Não sou injusto contigo. Não tinhas combinado comigo uma diária?
Estás com inveja, porque eu sou bom?"

* Os murmuradores eram os escribas e fariseus que confiavam em seus créditos. Deus não é um negociante que contabiliza os créditos dos homens
para depois lhes pagar conforme a quantia produzida. A Salvação é mais obra de Deus do que merecimento do homem. Deus é um Pai, cheio de bondade, que ama todos os seus filhos por igual e sobre todos derrama o seu amor. Ele nos dá muito mais do que merecemos...

O que a PARÁBOLA queria dizer?

+ Para Jesus, que era criticado porque acolhia os pecadores e os publicanos,
- os primeiros chamados foram os judeus,
como povo escolhido e herdeiro das promessas do Antigo Testamento;
- os últimos: os pecadores, que, convidados por ele,
também entraram no ambiente da misericórdia de Deus.

* O Reino de Deus é para todos; não há excluídos, indignos, desclassificados. Para Deus há pessoas a quem ele ama, a quem ele oferece a salvação e a quem ele convida para trabalhar na sua vinha. A única coisa realmente decisiva é se os convidados aceitam ou não trabalhar na sua vinha.


+ Para Mateus, que escrevia para judeus convertidos ao cristianismo,
- os primeiros trabalhadores chamados eram os cristãos oriundos do judaísmo;- os últimos eram os não-judeus, isto é, todos os homens.

* Para Deus, não há Judeus ou gregos, escravos ou livres,
cristãos da primeira hora ou da última hora.
Não há graus de antiguidade, de raça, de classe social, de merecimento…
Todos são filhos amados do mesmo Pai.

+ Para nós, Cristo continua convidando: "Ide também vós para a minha vinha".
- muitos ouviram o chamado de Deus logo no alvorecer de sua existência;
- outros escutaram este apelo no vigor da juventude;
- outros apenas na idade madura ou bastante avançada...
Deus não pensa como nós, Deus não olha o tempo...
mas a atitude pronta e generosa de nossa resposta...
Não remunera pela eficiência, mas pela necessidade...
Mede muito mais pelo amor, do que pelo produto do mesmo.

- Diante da recompensa gratuita e universal de Deus, qual a nossa atitude?
- nos alegramos com o amor de Deus que acolhe a todos?
- ou nos deixamos levar por sentimentos de inveja ou ciúmes?
- ou nos consideramos merecedores de direitos, ou "privilégios"?

- Como explicar essa aparente injustiça de Deus?
Humanamente é difícil entender... só entenderemos numa visão de fé.
Quem trabalha para o Reino de Deus, deve fazê-lo por amor.
E quando alguém faz por amor não se interessa pela recompensa...
pelos elogios... pelo pagamento...
A fidelidade ao Senhor já é uma recompensa....
Sem dúvida, Deus nos dá muito mais que merecemos,

* Que pensar dos que se sentem "donos" da Comunidade
porque estão há mais tempo do que os outros,
ou porque contribuíram para a Comunidade mais do que os outros?
Na Comunidade de Jesus, a idade, o tempo de serviço, a posição hierárquica, não servem para garantir direitos, privilégios ou superioridade...
Embora com funções diversas, todos são iguais em dignidade e
todos devem ser acolhidos, amados e considerados de igual forma.

+ Se na Vinha do Senhor há lugar para todos,
por que muitas pessoas continuam "desempregadas"?
- Será que não há trabalho para elas?
- Será que não tiveram oportunidade, "porque ninguém as contratou"?
- Será que elas se acomodaram, não querendo compromisso?

+ Deus não quer ninguém desocupado.
Cristo continua convidando: "Ide também vós para a minha vinha!..."
- Qual será a nossa resposta ao chamado de Deus?
- Qual é o nosso lugar na vinha do Senhor.

sábado, 10 de setembro de 2011

Perdoai-nos, ó Pai!


Uma atitude muito difícil na vida de uma pessoa, de uma família e também de uma Comunidade é o PERDÃO.
- O que a Bíblia nos diz a respeito?

No Antigo Testamento, há um aperfeiçoamento sobre o sentido do Perdão:
- Inicialmente a vingança era aceita: como método para compensar
as injustiças recebidas e desencorajar a alguém a repeti-las.
- Posteriormente, a "Lei do Talião" visou limitar a vingança...
Só podia ser proporcional à ofensa recebida: "dente por dente..."

+ A 1a Leitura de hoje é um apelo para superar a lógica dessa lei e
adotar sentimentos de misericórdia e de PERDÃO. (Eclo 27,33-29,9)

- Estabelece uma relação clara entre o perdão de Deus e o perdão humano.
Quem não perdoa o irmão, não poderá exigir o perdão de Deus.
- Ademais o pensamento da morte relativiza o agravo e nos faz pensar diferente. - E a felicidade do homem não está em cultivar sentimentos de ódio e de rancor, mas sim em cultivar sentimentos de perdão e misericórdia.

+ O Salmo nos mostra o Exemplo de Deus:
"O Senhor é bondoso e compassivo... ele perdoa toda culpa..." (Sl 102)

Na 2ª Leitura, Paulo afirma que a Comunidade cristã deve ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão. (Rm 14,7-9) Permanecer unidos no essencial e desprezar o secundário que nos divide.

+ No Evangelho, Jesus revela um caminho de Reconciliação. (MT 8,21-35)

Continua o 4º Discurso de Jesus (como viver na comunidade):
Já vimos a Correção Fraterna; HOJE veremos o PERDÃO Fraterno.

+ Pedro consulta Jesus sobre os "limites do perdão":
"Quantas vezes devemos perdoar"?
Segundo a Tradição: 2, 3 ou 4 vezes no máximo... Pedro propõe até sete.
- Jesus responde: "70 x 7", isto é, Sempre e Todos, "um perdão sem limites", inclusive aos inimigos que os judeus não incluíam.
O perdão não deve ficar na Quantidade, mas na Qualidade, "de coração".

+ JESUS ilustra o seu pensamento, com uma Parábola:
- Um Empregado devia uma fortuna imensa e, por compaixão, foi perdoado.
- Em seguida, ele, sem compaixão, se recusa a perdoar um companheiro
que lhe devia uma quantia irrisória:"Paga-me o que me deves"
- O Rei indignado o castiga severamente...

+ E Jesus conclui dizendo:
"Assim agirá meu Pai com quem não perdoar seu irmão de todo o coração..."

* A PARÁBOLA É UMA CATEQUESE SOBRE A MISERICÓRDIA DE DEUS.

Mostra como, na perspectiva de Deus, o perdão é "sem limites", total e absoluto.
Depois convida-nos a analisar as nossas atitudes para com os irmãos que erram.

+ O testemunho de Jesus:
- "Amar até os inimigos..."
- No Pai Nosso: "Perdoai... como perdoamos..."
- "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia".
- "Se estiveres diante do altar... vá antes te reconciliar..."
- No Filho Pródigo: o Pai misericordioso que perdoa com alegria...
- Na Cruz: "Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem..." (desculpa...)

+ Motivos para perdoar:
- Deus nos perdoa, na mesma medida com que nós perdoamos...
- O amor é o distintivo do Cristão...
E às vezes o amor só é possível através do PERDÃO...
. Quantos casais se desfazem por falta de perdão...
. Quantos filhos abandonam a família por falta de perdão...
. Quantas pessoas deixam a comunidade por falta de perdão e acolhida.
- O Perdão ajuda a romper o círculo vicioso do ódio e da vingança.

+ O que significa perdoar?
- Não é apenas não se vingar ou "ceder" sempre aos que nos ofendem...
É estar sempre disposto a ir ao encontro, a estender a mão,
a recomeçar o diálogo, a dar outra oportunidade.

+ E NÓS como é que perdoamos?
- Como Pedro, contamos quantas vezes? Uma vez sim, duas não...
- "Perdôo, mas não esqueço... não falo... não o visito mais..."
* Será esse o perdão generoso, "de coração", esperado por Deus?

- Na Parábola, o servo que não perdoou foi para a prisão...
A falta de perdão tem conseqüências pesadas para quem não perdoa...
Costuma provocar uma vida azeda e estressante...
Só o perdão alivia e restitui a alegria... É a chamada "terapia do perdão".

+ Qual é a nossa atitude diante do perdão?
- Temos humildade para pedir o perdão?
- Demonstramos alegria e gratidão diante de um perdão recebido?
- Somos generosos em oferecer o nosso perdão?

Sabemos que é difícil perdoar. Contudo, vale a pena não desistir.
Quem faz a experiência do perdão de Deus e envolve-se numa lógica de misericórdia, deixa-se transformar por ele e assume com os irmãos
uma atitude diferente, uma atitude marcada pela bondade,
pela compreensão, pela misericórdia, pelo acolhimento, pelo Amor.
Amando e perdoando, abriremos espaço para um mundo melhor acontecer...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Sentinelas de Deus"


Estamos no mês de Setembro, dedicado à BÍBLIA.
A melhor homenagem que podemos fazer à Palavra de Deus
é acolhê-la e procurar vivê-la na vida de cada dia.
Nela sempre temos uma resposta, uma luz
para todas as situações da vida.

Uma situação concreta, que muitas vezes nos aflige:
Diante de uma pessoa amiga que está no erro, que atitude devemos tomar: Falar ou calar?

As leituras bíblicas de hoje nos dão uma resposta...

Na 1a Leitura, o profeta Ezequiel aparece como uma "SENTINELA",
que Deus colocou a vigiar a "Casa de Israel". (Ez 33,7-9)

- SENTINELA é o guarda atento, que perscruta o horizonte
para prevenir o Povo de possíveis perigos. Quando percebe um perigo, deve tocar o berrante. Assim a comunidade poderá preparar-se para enfrentar o inimigo.
Se não o fizer, será RESPONSÁVEL pela catástrofe.

- PROFETA é a Sentinela do Senhor no meio do Povo
para perscrutar atentamente a realidade e alertar os perigos que a ameaçam. Como profundo conhecedor de Deus e das realidades dos homens,
o profeta não pode ficar indiferente diante de uma pessoa má e corrupta.

Ezequiel é conhecido como o "Profeta da Esperança".
Aos exilados, que estão em terra estrangeira, privados do Templo, do sacerdócio e do culto, e duvidam da bondade e do amor de Deus,
alimenta a esperança de que Deus não os abandonou nem esqueceu.
Deus continua a amar o seu Povo e a enviar seus profetas.

* Na Igreja, todos somos profetas ("sentinelas"),
portanto RESPONSÁVEIS também pelo destino dos nossos irmãos.

Na 2a leitura, Paulo ensina que o AMOR é a plenitude da Lei
e caminho para corrigir o irmão que erra. (Rm 13,8-10)

* O verdadeiro amor não deixa as pessoas como são, com seus defeitos.
Por isso, faz parte do amor corrigir com humildade o irmão, que está errado. A correção fraterna é fácil quando animada pela caridade
e muito difícil quando a comunhão fraterna não existe.

O Evangelho sugere o modo de proceder com o irmão que errou. (Mt 18,15-20)

Iniciamos o "Discurso Eclesial" (o quarto), em Jesus apresenta
uma catequese sobre CORREÇÃO FRATERNA na Comunidade:
Como corrigir o irmão que errou e provocou conflitos na Comunidade?
O Evangelho propõe um caminho em VÁRIAS ETAPAS:

- 1o Passo: Um encontro pessoal a sós com esse irmão...

* Muitas vezes costumamos espalhar o erro ao quatro ventos...
O AMOR é mais importante do que a VERDADE...
A verdade nua e crua, muitas vezes destrói a convivência entre as pessoas,
pode destruir uma pessoa... arruinar uma família e destruir um casamento...

* Convém dizer sempre toda a verdade?
A verdade que não produz amor, mas provoca perturbações,
gera discórdias, ódios e rancor, não deve ser dita.
Ex.: - Mãe que esconde atitude dos filhos ao esposo, para evitar conflitos...
- Esposo convertido deve quer contar o passado infiel?
 Falando, "Vai ajudar?" (Calando, quantos dissabores evitaríamos!)
Saber quando devemos calar... quando devemos falar... e como falar...

- 2o Passo: Se ele não ouvir, pedir a ajuda de OUTRAS PESSOAS,
que tenham sensibilidade e sabedoria...

- 3o Passo: Se essa tentativa também falhar, levar o assunto à COMUNIDADE
para recordar ao infrator as exigências do caminho cristão.
Mas a intervenção deve ser guiada pelo amor.
* Como vemos, recomenda-se que fique tudo em casa...
Ex. - Falar mal da própria Comunidade: é negativo...
- da família: Pode aumentar os ressentimentos... "roupa suja..."
- Você ouviu um "crente" falar mal da sua igreja ou do seu pastor?
Você ouviu um católico falar mal da sua paróquia ou do seu padre?
De que Igreja você é?

- Finalmente: Se persistir no erro, será considerado um gentio, um pagão.
Não é a Igreja que exclui o infrator, é ele que recusa a proposta do Reino
e se coloca à margem da Comunidade.

+ E o Evangelho acrescenta uma Exortação à ORAÇÃO em comum:
"Se dois estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhe será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois, onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles".

Isso quer nos lembrar que, quando a correção não for possível por outros meios,
ainda poderá ser possível pela oração, feita em comum, em nome de Jesus.

* Deus pode contar com você como uma "SENTINELA" fiel?
Diante das diferenças, dos erros e das falhas dos irmãos,
- Você é "tolerante", tenta ajudá-los... com misericórdia... e com caridade?
- Você aceita com humildade as correções justas que os outros lhe fazem?
ou acha que isso é uma intromissão?

As ações erradas devem ser condenadas;
os que as cometeram devem ser vistos como irmãos, a quem se ama,
se acolhe e se dá sempre outra oportunidade para voltar...

sábado, 27 de agosto de 2011

O caminho da Cruz


A Liturgia convida os seguidores do Senhor
a descobrirem a "loucura da CRUZ"
e apresenta dois exemplos: JEREMIAS e PEDRO.

Na 1a Leitura, JEREMIAS descreve sua experiência de Cruz. (Jr 20,7-9)

"Seduzido" pelo Senhor, colocou toda a sua vida a serviço de Deus.
Nesse caminho conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição.
Teve a tentação de largar tudo, mas não desistiu:
"Senti dentro de mim um fogo ardente a me penetrar!..."

* É o grito humano de um coração dolorido, marcado pela incompreensão e pelo aparente fracasso na Missão...
Diante do sofrimento desanima, mas logo se reanima,
movido por uma grande paixão por Deus.
É a experiência de todos os que acolhem a Palavra do Senhor
e vivem em coerência com os valores de Deus

Na 2ª Leitura, Paulo convida os cristãos a oferecerem a própria vida a Deus. Esse é o verdadeiro culto que agrada a Deus. (Rm 12,1-2)

No Evangelho, Jesus anuncia aos discípulos a sua Paixão e Cruz
e avisa que o caminho dos discípulos é semelhante. (Mt 16,21-27)

- PEDRO não concorda e começa a "repreendê-lo".
- Jesus rejeita energicamente as insinuações de Pedro e diz:
"Afasta-se de mim, Satanás... não pensas as coisas de Deus...”
E acrescenta: "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo,
tome a sua CRUZ e me siga".
* Nós temos facilidade em aceitar a Cruz de Jesus, mas temos dificuldade,
mesmo com fé, em aceitar a nossa cruz no nosso dia a dia.

+ A Experiência dos CATEQUISTAS
Como Jeremias e de Pedro, eles se deixam "seduzir" por Deus e
aceitam cumprir essa grande missão.
São inevitáveis as dificuldades, os sofrimentos e as perseguições.
Não obstante tudo isso, no final estão convencidas que valeu a pena.

No DIA DO CATEQUISTA, gostaria de aprofundar um tema muito atual:
- Como devem ser os CATEQUISTAS PARA OS NOVOS TEMPOS?
O grande desafio é conseguir chegar até o coração das crianças e
dos jovens do mundo atual, que não dizem mais amém a tudo.

+ UMA NOVA CATEQUESE

No últimos anos, a Igreja está "buscando" novos rumos e novos métodos...
para responder aos desafios do mundo presente.
Não pode ser uma "escola" para receber o diploma de um Sacramento.
Não pode sereduzir ao estudo de um "livro" (em vários volumes),
mas um processo sistemático e progressivo da fé e da vida cristã.
"Cristianismo consiste em reconhecer a pessoa de Jesus Cristo e vivê-lo"
Para isso, "é condição indispensável o conhecimento profundo da Palavra
de Deus" ((DA 244 e DA 247). Deve ser um Caminho para o Discipulado,
na formação da Fé cristã na Família e na Comunidade eclesial.

+ Daí a importância da FORMAÇÃO dos catequistas.
Precisa haver atenção maior na formação de catequistas,
tanto da paróquia em oferecer meios atualizados e locais adequados,
tanto dos catequistas em buscar métodos novos e mais eficientes de catequizar. Não basta treinar. Deve ser um processo progressivo e permanente de formação.

+ E a INCULTURAÇÃO deve estar presente na Catequese,
descobrindo o modo de pensar e de agir da criança e do jovem de hoje.
É a porta de entrada para um começo de conversa...

+ A presença da FAMÍLIA na Catequese é fundamental.
Falou-se muito de sobre a catequese familiar... seria o ideal...
Mas as crianças que não têm família como ficaria?
E as que têm, será que todas estariam dispostas ou em condições nesse trabalho?
Os catequistas não devem substituir os pais, apenas complementar...
Mas, a Catequese, sem o apoio dos pais, fica profundamente prejudicado...
A melhor lição de catequese é dada pela alegria e pelo entusiasmo,
com que os pais vivem os valores da fé e os ensinamentos de Cristo
e a profunda experiência de Deus dos catequistas.

+ E a COMUNIDADE deve ser um lugar privilegiado dessa experiência, sobretudo na Celebração Dominical da Eucaristia.

+ Catequistas,
vocês percebem como são importantes num mundo
onde todos estão meio angustiados, até mesmo as crianças.
Devem ser um sinal de salvação, que é uma coisa acolhedora.
Salvação não é um código de leis, mas um ato de amor de Deus,
que abraça as pessoas. E o catequista deve ter essa cara de salvação.
O mundo precisa disso e o catequista é uma pessoa fantástica,
já que faz essa coisa rara no mundo de hoje: ele é "gratuito".
Não é gratuito só porque não cobra pelo seu trabalho,
mas porque GOSTA de se dar.
Deve ser feliz por ser o que é, e ajudar a própria Igreja a perceber
o quanto ela também tem que ser assim.

Catequistas, obrigado, porque vocês também
se deixaram "SEDUZIR" pelo Senhor...
O Autor sagrado lhes garante:
"Felizes os pés que andam para anunciar boas novas".

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quem é essa Mulher?


Celebramos hoje a festa da Assunção de Nossa Senhora.

Esse DOGMA foi definido como verdade de fé
pelo papa Pio XII em 1950:
"É dogma revelado por Deus que a Imaculada Mãe de Deus, a Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celestial."
Mas a FESTA da Assunção é bem mais antiga.
Inicialmente, era a festa da "Dormição" de Maria (não se fala de morte)
e da transferência de seu corpo para o paraíso. Em Jerusalém já se fazia nessa época uma procissão ao túmulo de Maria.

As LEITURAS BÍBLICAS relacionam-se com a festa:

1a leitura: Maria, imagem da Igreja. (Ap 11,19a; 12,1-10ab)
Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo.E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.

Essa "Mulher" representa a Comunidade de Israel, composta de 12 tribos.
Mas se aplica também a Maria, de quem nasceu o Messias.

2a leitura: Maria, nova Eva.
Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva,
sinal de esperança para todos os homens. (1Cor 15,20-27)

O texto é uma longa demonstração da ressurreição.A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. O apóstolo não evoca Maria, mas esta leitura na Assunção,leva a reconhecer o lugar eminente da Mãe de Deus
no grande movimento da ressurreição.

Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria encontra palavras de fé e de esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada! (Lc 1,39-56)

* O cântico de Maria descreve desde o começo o Plano de Deus, que prosseguiu em Maria e que se cumpre agora na Igreja.

+ O SENTIDO DA FESTA: uma Mulher SINAL

- A primeira e a mais perfeita discípula de Cristo.
A Virgem se constitui em imagem e tipo de Igreja na ordem da fé,
da caridade e da união perfeita com Cristo.
Maria encarnou em sua pessoa e em sua vida terrena,
o ideal de santidade do seguidor de Cristo.
- Sinal escatológico da Igreja:
Maria Assunta é figura e primícias da Igreja que um dia será glorificada;
é consolo e esperança do povo ainda peregrino na terra.
É a Ponte da passagem de Israel para a Igreja.
- É um Sinal humano de esperança.
A contemplação de Maria na glória nos faz ver a vitória
da esperança sobre a angústia, da comunhão sobre a solidão,
das perspectivas eternas sobre as temporais, da vida sobre a morte.

+ Maria é um modelo cristão para hoje ?
"A Virgem Maria sempre foi proposta pela Igreja
à imitação dos fiéis não precisamente pelo tipo de vida que levou,
dentro do ambiente em que viveu, hoje superado,
mas sim porque ela aderiu totalmente à vontade de Deus,
porque soube acolher a sua palavra e pô-la em prática,
porque a sua ação foi animada pela caridade e pelo espírito de serviço,
porque foi a primeira e mais perfeita discípula de Cristo". (Paulo VI)

+ Maria sinal do amor de Deus.
Na vida sentimos necessidade de expressões de amor e sinais de carinho,
que os outros têm para conosco e que temos pelos outros:
uma saudação, um beijo, uma carta, um gesto, um sorriso...
Na vida espiritual também necessitamos desses sinais...
Cristo é o grande Sacramento do Pai
e Maria é o sinal perene e maternal do amor
que Deus nos tem em Cristo Jesus nosso Senhor.

A festa de hoje é sinal do que Deus prepara
para os que são capazes de amar e servir.
É a antecipação do que Deus quer doar: a plena felicidade...

Neste mês vocacional, a Igreja também nos apresenta outra pessoa
que deve ser UM SINAL DE DEUS no meio do povo e
para quem Maria é um modelo a ser seguido: o Religioso e a Religiosa...

Como Maria, os religiosos também:
- fazem uma consagração especial: a Deus e aos irmãos...
- devem ser um SINAL de DEUS no meio do Povo...

Esta festa desperta e reforça a nossa ESPERANÇA,
porque a vitória de Cristo e de sua Mãe assegura também nossa vitória:
nos aponta o destino que Deus quer para todos.

E essa vitória será possível se, a exemplo de Maria,
formos fiéis à Palavra de Deus, tivemos um coração humilde
e estivermos atentos às necessidades dos irmãos...

E como Maria foi um sinal de esperança...
rezemos para que os religiosos também continuem sendo
ainda hoje no meio do povo: UM SINAL DE DEUS...